A China pediu nesta quinta-feira que a Uni?o Europeia (UE) considere as rela??es econ?micas e comerciais bilaterais de uma maneira n?o emocional e sem preconceitos, uma vez que este ano marca o 50o aniversário do estabelecimento dos la?os diplomáticos e haverá importantes intercambios de alto nível.
A China espera que a UE reduza as críticas e aumente a comunica??o, diminua o protecionismo e amplie a abertura, seja menos ansiosa e aja mais, evite rótulos e priorize consultas, disse He Yongqian, porta-voz do Ministério do Comércio, em uma entrevista coletiva regular ao responder aos recentes comentários feitos pela presidente da Comiss?o Europeia, Ursula von der Leyen.
He Yongqian ressaltou que os comentários da líder da UE n?o refletiram com precis?o o estado atual das rela??es China-UE, nem o progresso positivo alcan?ado por meio do diálogo entre as autoridades econ?micas e comerciais de ambos os lados.
Quanto ao acesso ao mercado, a porta-voz observou que a China expandiu consistentemente a abertura de alto nível, removendo completamente as restri??es ao investimento estrangeiro no setor manufatureiro e aumentando proativamente as importa??es da Europa por plataformas como a Exposi??o Internacional de Importa??o da China.
Em contrapartida, a UE, nos últimos anos, tem praticado o protecionismo em nome do comércio justo, abusado de instrumentos de defesa comercial e explorado lacunas nas regras do comércio internacional para criar ferramentas unilaterais que contradizem os princípios fundamentais da Organiza??o Mundial do Comércio (OMC) e o espírito do livre comércio, afirmou a porta-voz.
A UE iniciou frequentemente investiga??es contra empresas chinesas em rela??o a subsídios estrangeiros e outros assuntos, levando a uma regress?o contínua na abertura do mercado e à deteriora??o do ambiente de negócios, acrescentou ela.
Sobre os subsídios, a porta-voz destacou os padr?es duplos da UE, observando que o próprio bloco é um grande provedor de subsídios, incluindo os setores de avia??o, agricultura e outros, todos já considerados viola??es pelas regras da OMC.
De acordo com estatísticas incompletas, a UE planeja fornecer mais de 1,44 trilh?es de euros em vários subsídios entre 2021 e 2030, com os Estados-membros oferecendo subsídios adicionais no valor de centenas de bilh?es de euros, enfatizou He Yongqian.
Em rela??o às aquisi??es governamentais, a porta-voz disse que o mercado europeu de contratos públicos contém inúmeras barreiras implícitas, apesar das alega??es de justi?a e abertura, com políticas que incentivam a compra de produtos europeus.
A UE utilizou instrumentos de compras internacionais para adotar medidas que restringem a participa??o de empresas e produtos chineses em seus contratos públicos para aquisi??o de dispositivos médicos, disse a porta-voz, ressaltando que, sob esse contexto, a China teve que adotar contramedidas recíprocas para proteger os interesses legítimos das empresas chinesas.
Quanto aos controles de exporta??o, a porta-voz salientou que as medidas da China s?o prudentes e moderadas, abrangendo muito menos itens do que a lista de controle da UE. Ela acrescentou que a China estabeleceu um canal verde especial para agilizar a aprova??o para empresas europeias, enquanto o processo de aprova??o de controle de exporta??o de alta tecnologia da UE permanece lento e complicado.
Em termos do chamado "excesso de capacidade", He Yongqian apontou que os volumes de produ??o e exporta??o n?o podem determinar o excesso de capacidade, defendendo que a indústria de nova energia da China, na verdade, enfrenta escassez de capacidade de uma perspectiva global e de longo prazo.
O que é excessivo n?o é a capacidade de produ??o da China, mas sim a ansiedade da UE decorrente do investimento insuficiente em P&D de longo prazo e do declínio da competitividade industrial, destacou a porta-voz.
A porta-voz disse que a China está disposta a trabalhar com a UE para expandir o acesso recíproco aos mercados, fortalecer o diálogo sobre aquisi??es governamentais e controles de exporta??o, aprofundar a coopera??o na cadeia de suprimentos e promover a reforma da OMC, injetando mais estabilidade, certeza e energia positiva na constru??o de uma economia global aberta.