Marcando o 50o aniversário do estabelecimento das rela??es diplomáticas, a 25a Cúpula China-UE, que será realizada na quinta-feira em Beijing, oferecerá uma oportunidade crucial para aprofundar a comunica??o estratégica, promover a coopera??o mutuamente benéfica e proporcionar certeza e estabilidade em um mundo turbulento, segundo autoridades e analistas.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comiss?o Europeia, Ursula von der Leyen, visitar?o a China na quinta-feira e se encontrar?o com o presidente chinês Xi Jinping.

O premiê Li Qiang copresidirá a cúpula com os líderes da Uni?o Europeia no mesmo dia.

O porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores, Guo Jiakun, afirmou na segunda-feira que, como a China e a UE s?o for?as importantes na constru??o de um mundo multipolar, dois grandes mercados que apoiam a globaliza??o e duas grandes civiliza??es que defendem a diversidade cultural, a próxima Cúpula China-UE é de grande importancia e está recebendo aten??o internacional.

"A China, como sempre, acredita que, após 50 anos de desenvolvimento, os la?os China-UE acumularam experiência e positividade suficientes, o que permite que ambas as partes superem dificuldades e desafios em um mundo em constante mudan?a", afirmou.

De acordo com um comunicado à imprensa do Conselho Europeu, divulgado na sexta-feira, Costa descreveu a cúpula como uma oportunidade para se envolver com a China no mais alto nível e ter discuss?es francas e construtivas sobre quest?es importantes para ambas as partes.

"Queremos diálogo, engajamento real e progresso concreto. Buscamos um relacionamento justo e equilibrado que traga benefícios para ambas as partes", afirmou.

A reuni?o ocorre em um momento em que os atritos comerciais globais se intensificam e após uma série de intercambios bilaterais de alto nível para garantir la?os econ?micos e políticos mais estreitos.

Estatísticas oficiais demonstraram que o comércio bilateral anual saltou de US$ 2,4 bilh?es em 1975 para US$ 785,8 bilh?es em 2024, enquanto o investimento bilateral cresceu de quase zero para US$ 260 bilh?es. Os intercambios interpessoais s?o mais frequentes e há coordena??o e coopera??o eficazes em resposta às mudan?as climáticas e em outras áreas.

Em julho, o 13o Diálogo Estratégico de Alto Nível China-UE e o 6o Diálogo de Alto Nível China-UE sobre Meio Ambiente e Clima foram realizados em Bruxelas e Beijing, respectivamente.

A China e o Parlamento Europeu concordaram também em suspender simultanea e integralmente as restri??es anteriores ao intercambio mútuo, destacando o reconhecimento de ambas as partes da importancia do diálogo e da coopera??o.

No entanto, o relacionamento enfrenta alguns desafios, afirmou Guo, porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores, observando que alguns membros da UE têm enfatizado a caracteriza??o "parceiro-concorrente-rival" das rela??es bilaterais, exagerado quest?es econ?micas e comerciais específicas e atacado infundadamente a China na quest?o da Ucrania, o que causou interrup??es desnecessárias nas rela??es bilaterais.

"O lado europeu deve evitar obstruir a coopera??o principal, exagerar os fatores competitivos ou recorrer a restri??es unilaterais, o que poderia agravar as tens?es", disse Cui Hongjian, diretor do Centro de Estudos da Uni?o Europeia e Desenvolvimento Regional da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing.

"Ambas as partes devem manter o foco em sua inten??o original de coopera??o, construir consensos e trabalhar para traduzir o diálogo em resultados concretos para aumentar a confian?a nos la?os", acrescentou.

Jian Junbo, diretor do Centro de Rela??es China-Europa da Universidade Fudan, observou que a China e a UE compartilham um forte compromisso com o multilateralismo, apoiam a autoridade das Na??es Unidas e est?o trabalhando juntas para enfrentar desafios globais como as mudan?as climáticas e o terrorismo por meios multilaterais.

Gerhard Stahl, ex-secretário-geral do Comitê Europeu das Regi?es, enfatizou que tanto as press?es externas quanto os movimentos populistas internos est?o amea?ando a democracia e a integra??o europeias.

"Nesse contexto, a cúpula ajudará a redefinir as rela??es sob novas condi??es internacionais", afirmou.

Alberto Alemanno, professor de Direito e Política da UE na HEC Paris, afirmou que a China n?o era a prioridade estratégica da Europa, mas isso está mudando rapidamente, à medida que a dinamica do poder global muda e a UE percebe que precisa urgentemente de uma estratégia coerente para a China.

Enquanto os Estados Unidos remodelam a ordem mundial que construíram, a China está construindo sua própria estrutura alternativa, disse ele, acrescentando que isso deixa a Europa diante de uma escolha fundamental entre buscar uma integra??o econ?mica mais profunda com a China ou manter distancia geopolítica para satisfazer as expectativas dos EUA.