Rob?s e outros produtos tecnologicamente avan?ados em destaque no dia de abertura da Conferência Mundial de Inteligência Artificial 2025, em Shanghai, no sábado.(Foto: Gao Erqiang/chinadaily.com.cn)

Durante a Conferência Mundial de Inteligência Artificial 2025 e o Encontro de Alto Nível sobre Governan?a Global de IA, realizados em Shanghai, especialistas e representantes da indústria destacaram que o avan?o da robótica inteligente depende diretamente da constru??o de um ecossistema industrial sólido e colaborativo.

Ao longo dos três dias de evento, que teve início no sábado, diversas inova??es foram apresentadas. A Deep Robotics, com sede em Hangzhou, lan?ou seu rob? quadrúpede de nível industrial, capaz de realizar inspe??es completas em sistemas de energia.

O equipamento identifica indicadores como medidores analógicos e temperatura infravermelha, além de monitorar e gerenciar de forma aut?noma seu nível de bateria — operando de maneira contínua, sem interven??o humana.

Já a Xborg Robotics, de Shenzhen, exibiu o primeiro rob? de carga pesada do país com capacidade de levantar até 20 quilos com um único bra?o. A estrutura do rob? foi significativamente aliviada — 62,5% mais leve — com o uso de tecnologia aeroespacial.

Mais de 90% de suas pe?as s?o desenvolvidas na China, e o índice de falhas é inferior a 0,1%.

A Dalian Betop Culture Technology, uma das principais empresas de turismo cultural e tecnologia, marcou presen?a pela primeira vez na conferência, apresentando seu “superagente de IA”. O rob?, de grande porte e express?o facial, conta com intera??o multimodal e pode integrar ambientes virtuais e reais em experiências de entretenimento.

Segundo o fundador Xiao Di, parques industriais abandonados podem ser revitalizados como polos turísticos por meio dessa tecnologia, alinhando-se às estratégias de renova??o urbana da China.

A Keenon Robotics, com sede em Shanghai, também lan?ou uma nova vers?o de seu rob? humanoide bípede, voltado para servi?os em restaurantes e hotéis. A máquina prepara refei??es, serve pratos e realiza limpeza de ambientes, com potencial para reduzir em mais de 50% os custos com m?o de obra.

De acordo com o CEO da Keenon, Li Tong, a China possui uma vantagem competitiva no desenvolvimento de rob?s humanoides voltados ao setor de servi?os. Ele atribui esse cenário à eficiência da cadeia de suprimentos, à expertise em algoritmos e coleta de dados, além da abundancia de engenheiros locais.

Li ressaltou, no entanto, que a participa??o dos rob?s no mercado chinês ainda é modesta e defendeu a entrada de mais empresas para aumentar a taxa de penetra??o e estimular a demanda.

Durante o evento, empresas assinaram acordos com o Centro Nacional e Local de Inova??o em Robótica Humanoide, sediado em Shanghai. O objetivo é fomentar um ecossistema cooperativo de treinamento. Segundo o cientista-chefe do centro, Jiang Lei, a coleta de dados em diferentes cenários será essencial para capacitar os rob?s humanoides para o trabalho — tendência dominante na próxima década.

Analistas da China International Capital Corp indicam que, atualmente, a maior parte dos pedidos de rob?s humanoides vêm de universidades e grandes indústrias para fins experimentais.

No entanto, setores com altos custos trabalhistas devem come?ar a adotar essas solu??es até 2030, quando se estima que a taxa de penetra??o da robótica atinja 50% nos setores de tecnologia da informa??o, produ??o de equipamentos e logística. Já nos servi?os residenciais, hotelaria e restaurantes, essa taxa deve crescer de forma mais consistente após 2035.

Para apoiar esse ecossistema, o distrito de Pudong, em Shanghai, lan?ou no domingo um fundo estatal de capital semente em IA no valor de 2 bilh?es de yuans (cerca de US$ 279 milh?es), com aporte inicial de 500 milh?es de yuans.

Segundo as autoridades locais, o fundo será destinado ao desenvolvimento de tecnologias emergentes e à atra??o de talentos, apoiando startups em seus estágios iniciais e impulsionando o empreendedorismo.

No sábado, o Centro Nacional e Local de Inova??o em Robótica Humanoide também anunciou, em parceria com sete universidades chinesas e dois institutos de pesquisa, a cria??o de um fundo aberto para fomentar o desenvolvimento de IA. O valor do investimento, no entanto, n?o foi divulgado.

Para Xu Xiaolan, presidente do Instituto Chinês de Eletr?nica, os rob?s humanoides representam a express?o máxima da inteligência corpórea e devem se consolidar como os próximos produtos disruptivos em ambientes domésticos, industriais, logísticos e de defesa. Xu destaca ainda que esses avan?os impulsionar?o toda a cadeia industrial, incluindo o desenvolvimento de chips, sensores e novos materiais.

Segundo um relatório divulgado em abril, o mercado chinês de inteligência corpórea deve alcan?ar um valor de 5,3 bilh?es de yuans até o final de 2025, representando 27% do mercado global.