A imposi??o, pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifas adicionais de 40% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano pode eliminar quase 146 mil empregos formais e informais no país nos próximos dois anos, alertou um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Federa??o das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).
A medida, anunciada em 30 de julho e que entrou em vigor nesta quarta-feira, eleva para 50% a tarifa aplicada às exporta??es brasileiras para os Estados Unidos, visto que diversos produtos já enfrentavam uma tarifa de 10% desde abril. Embora 694 produtos tenham sido excluídos da medida, representando quase 45% do valor das exporta??es brasileiras, o impacto na economia será profundo.
Segundo a FIEMG, a perda de renda familiar pode chegar a R$ 2,74 bilh?es de reais (aproximadamente US$ 485 milh?es) no curto prazo, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ser reduzido em R$ 25,8 bilh?es (aproximadamente US$ 4,565 bilh?es). Em um horizonte de até dez anos, as perdas para a economia nacional podem chegar a R$ 110 bilh?es de reais (US$ 19,46 bilh?es).
Os setores mais afetados ser?o os de siderurgia, madeira, cal?ados, máquinas e equipamentos mecanicos, além da pecuária, especialmente a cadeia de carne bovina, que foi excluída das isen??es tarifárias. Entre os produtos brasileiros mais impactados est?o café, carne bovina e produtos semimanufaturados de ferro e a?o.
Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilh?es para os Estados Unidos, o equivalente a 1,8% do PIB nacional. Aproximadamente US$ 22 bilh?es, ou 55% dessas exporta??es, permanecer?o sujeitos à tarifa adicional imposta por Trump.
Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, descreveu a decis?o do governo americano como "unilateral e sem negocia??o com o Brasil" e enfatizou que o país deve atuar por via diplomática para ampliar o número de produtos isentos, preservar empregos e proteger a competitividade da indústria nacional.