Por Beatriz Cunha e Fátima Fu
Em 1995 foi realizada a Quarta Conferência Mundial sobre Mulheres de Beijing, onde foi adotada a Declara??o de Beijing e a Plataforma para A??o.
Para celebrar os 30 anos do ocorrido, líderes de todo o mundo se reúnem novamente em Beijing para a Reuni?o Global dos Líderes sobre Mulheres durante os dias 13 e 14 de outubro.

às margens do evento, Susan Kleebank, secretária de ásia e Pacífico do Ministério das Rela??es Exteriores do Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo Online.
De acordo com ela, é interesse do Brasil reafirmar seu compromisso incondicional com o espírito da Conferência de Beijing de 1995, assim como contribuir no debate multilateral sobre os direitos das mulheres.
A participa??o de representantes de alto nível, com destaque à do presidente chinês Xi Jinping confirma a relevancia a ser dada à igualdade de gênero na agenda internacional, disse Susan, acrescentando que o momento é oportuno, sendo imprescindível que países comprometidos com o tema reforcem seu empenho nessa agenda importante para todos.
“é motivo de celebra??o, por exemplo, que metade dos graduados e pós-graduados em nível superior na China sejam mulheres; que 46% dos pesquisadores sejam mulheres; que um ter?o dos professionais em tecnologia seja mulheres, disse a secretária de ásia e Pacífico do MRE brasileiro citando o livro branco da China intitulado “Conquistas da China no Desenvolvimento Integral das Mulheres na Nova Era”.
Durante a Reuni?o Global Susan pretende visitar exemplos de iniciativas de empreendedorismo e inova??o por parte de mulheres chinesas.
“A troca de boas práticas já constitui uma fonte de coopera??o entre nossos países”, disse a secretária de ásia e Pacífico do Ministério das Rela??es Exteriores do Brasil.
Nos últimos anos foram adotadas diversas medidas para promover a participa??o política, econ?mica e social das mulheres no Brasil, como a cria??o do Ministério das Mulheres, a aprova??o no Congresso Nacional da Lei de Igualdade Salarial e, recentemente, a regulamenta??o da Política Nacional de Cuidados, que busca a divis?o equilibrada de responsabilidades entre homens e mulheres, informou Susan Kleebank.
O Brasil atua de modo firme e oficial no combate à violência contra a mulher, enfatizou ela, explicando que nos últimos anos, a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, foi endurecida, agressores passaram a ser monitorados com tornozeleiras eletr?nicas e uma pens?o especial foi estipulada para filhos e dependentes menores de 18 anos órf?os em raz?o do feminicídio.
Recentemente o país realizou a 5a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que contou com a abertura do presidente Lula, apontou Susan, destacando que a presen?a feminina tem avan?ado a passos firmes na vida política e social brasileira.
“A defesa dos direitos das mulheres deve compreender diferentes áreas, do empreendedorismo feminino à saúde pública, da divis?o justa dos cuidados a políticas afirmativas em setores em que as mulheres est?o sub-representadas”, ponderou ela.
Em todas as vertentes, há um amplo espa?o para a coopera??o internacional, nesse sentido, a China tem sido um parceiro fundamental do Brasil. Em 2026, celebraremos o Ano Cultural Brasil-China, que refor?ará o conhecimento mútuo entre nossas sociedades, permitirá novos contatos e novas amizades, bem como surgir?o novas ideias e projetos, observou Susan.