BEIJING, 19 de junho (Diário do Povo Online) - A China está realizando grandes esfor?os para impulsionar a coopera??o de benefício mútuo com as regi?es geograficamente distantes como a América Latina.
Gra?as ao rápido desenvolvimento da coopera??o em investimento entre a China e a América Latina, até o final de 2014, o investimento direto da China na área totalizou 98,900 milh?es de dólares e o real volume combinado de projetos contratados na regi?o alcan?ou 67.600 milh?es de dólares, de acordo com dados do Ministério do Comércio da China.
Nos últimos anos, as rela??es comerciais entre a China e os países da América Latina e do Caribe tornaram-se mais estreitas. De acordo com dados alfandegários, o volume de comércio Sino-latinoamericano cresceu 0,8 por cento anualmente, chegando a 263,600 milh?es de dólares em 2014.
Em maio, o premiê chinês Li Keqiang visitou Brasil, Col?mbia, Peru e Chile, países com os quais os acordos assinados por dezenas de bilh?es de dólares. Na visita, Li reiterou a aspira??o chinesa de impulsionar a colabora??o na capacidade produtiva com a regi?o latinoamericana.
A proposta do primeiro-ministro vai incentivar as empresas chinesas a investirem na regi?o para promover a coopera??o no processamento de energia, minera??o e produtos agrícolas e forjar a coopera??o em toda a cadeia de indústrias de máquinas, siderurgia, química, alimentos e materiais de constru??o.
A América Latina teve um défice de infraestrutura que tem impedido uma maior capacidade de desenvolvimento, mas ao mesmo tempo, tal falha é a oportunidade de investimento mais atraente na área.
Por seu lado, a China tem vantagens comparativas de capital, equipamentos e tecnologia de infraestrutura, por isso, o país asiático mostra grande interesse em investir nos países da América Latina neste domínio.
Segundo o secretário executivo adjunto da Comiss?o Econ?mica para a América Latina (CEPAL), Ant?nio Prado, a China e América Latina têm uma convergência de interesses na infraestrutura. Ele observou que há excesso de capacidade na China na produ??o de máquinas e equipamentos para a constru??o de infraestrutura e também de engenharia em infraestrutura. Em contraste, a América Latina tem um déficit nessa área.
Para a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, a participa??o da China no refor?o dos la?os com a regi?o ofereceu uma "oportunidade histórica". Ela apontou para a invers?o da "reprimariza??o exportadora preocupante" gerada pelos altos pre?os das commodities, através de "ganhos de produtividade, inova??o, infraestrutura, logística e treinamento e forma??o."
De acordo com Bárcena, "a coopera??o entre a regi?o e a China seria a favor da renova??o da POLITIA industrial, favorecendo o processamento de recursos naturais e liga??es produtivas com a indústria e servi?os".
Na indústria da tecnologia da informa??o, as empresas chinesas também têm um grande impulso para penetrar no mercado latino-americano.
Além disso, o Banco Industrial e Comercial da China e o banco brasileiro Caixa Econ?mica Federal celebraram um acordo que prevê um fundo de 50 mil milh?es de dólares destinados a infraestrutura.
De acordo com Alicia Bárcena, a América Latina precisa diversificar a sua matriz produtiva e o perfil da exporta??o e a China vai apoiar neste desafio.
Bárcena citou algumas palavras do Premiê chinês: "Nós temos pensado e repensado a rela??o entre a China e América Latina e queremos um relacionamento como o que a América Latina precisa".
A visita de Li Keqiang a quatro países latino-americanos foi marcada pela coopera??o na capacidade, infraestrutura e fabrica??o de equipamentos produtivos, para se tornar um elo entre as necessidades da América Latina e as vantagens da China.