A presidente suspensa do Brasil, Dilma Rousseff, falou na segunda-feira em sua defesa durante uma das mais aguardadas sess?es do processo de destitui??o, denunciando-o de “golpe”.

Durante um discurso de 45 minutos perante os senadores que decidir?o o seu destino na ter?a-feira, Rousseff negou as acusa??es de ser “criminalmente responsável” por alegados problemas fiscais durante a sua administra??o, apelidando as acusa??es de “injustas e arbitrárias”.

Durante um discurso marcado por momentos de emo??o, Rousseff afirmara que “Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria atos contrários aos interesses daqueles que me elegeram”.

A primeira presidente do sexo feminino do Brasil foi reeleita para um segundo mandato em 2014 com mais de 54 milh?es de votos, mas teve dificuldades em governar o país praticamente desde o primeiro dia que renovou as suas fun??es, face a uma oposi??o agressiva e galvanizada (que perdera por uma pequena margem), uma economia titubeante e um descontentamento generalizado com uma classe governante corrupta.

Rousseff afirmou que o julgamento se tratava de uma retalia??o contra os esfor?os do seu governo de combater a corrup??o.

“Assegurei a autonomia do Ministério Público, nomeando como Procurador Geral da República o primeiro nome da lista indicado pelos próprios membros da institui??o. N?o permiti qualquer interferência política na atua??o da Polícia Federal”, disse.

Muitos observadores políticos constataram que Rousseff nunca fora acusada de corrup??o, contrariamente a inúmeros legisladores com o poder para decidir o futuro da presidente no processo de impeachment.

“N?o luto pelo meu mandato por vaidade ou por apego ao poder… Luto pela democracia, pela verdade e pela justi?a. Luto pelo povo do meu País...”, disse Rousseff.

Para que Rousseff abandone o cargo s?o necessários dois ter?os dos votos, ou seja, 54 dos 81 senadores.

No caso de se confirmar o afastamento de Dilma Rousseff, o que muitos acreditam vir a acontecer, o atual presidente interino Michel Temer, afiliado ao PMDB, tomará as rédeas do país até 2018.