Beijing, 16 mar (Xinhua) -- Os servi?os de internet na China n?o se limitam à entrega de comida, check-in em aeroportos ou procura de uma bicicleta na rua.
A mais recente novidade é o servi?o de doa??o de órg?os.
Antes afetada por conceitos errados e procedimentos n?o transparentes, a internet hoje está apresentando um crescimento explosivo no número de pessoas que se declaram doadoras de órg?os.
Huang Jiefu, diretor-geral da Funda??o de Desenvolvimento de Transplante de órg?os da China, disse à Xinhua em paralelo às "duas sess?es" que em dois dias o número de internautas que se declararam doadores foi igual ao total registrado nos escritórios da Cruz Vermelha em dois anos.
Em dezembro, a funda??o de Huang, apoiada pela Comiss?o Nacional da Saúde e do Planejamento Familiar, iniciou uma fun??o de doa??o de órg?os no Alipay, uma plataforma de pagamento online com 450 milh?es de usuários.
Os usuários do Alipay podem facilmente se declarar doadores, pois já submeteram informa??es pessoais precisas para usar a plataforma de pagamento. Isso poupa os esfor?os da funda??o para coletar e verificar os dados dos potenciais doadores.
Se alguém se arrepender, mesmo no leito de morte, pode ter o nome tirado da lista de doa??o com apenas alguns cliques, assinala Hong Junling, gerente de rela??es públicas da funda??o.
Segundo Hong, após três meses, o número de doadores inscritos no Alipay ultrapassou 100 mil e continua aumentando.
"Com a internet, eu me declarei doador em só um minuto. A vida é curta, mas ao doar meus órg?os posso salvar as vidas dos outros e parte de mim vai viver dentro deles. Ent?o, por que n?o?", afirmou um internauta que pediu anonimato.
Na China, cerca de 300 mil pacientes necessitam de transplantes de órg?os todos os anos.
Voluntários se tornaram a fonte única depois que o comércio de órg?os foi declarado ilegal em 2011 e o uso de órg?os vindos do sistema judiciário, proibido em 2015.
Em um levantamento realizado pela funda??o, 83% dos entrevistados gostariam de doar os órg?os pós-morte. Entre os outros 17%, mais da metade n?o se declarou doador porque n?o sabia como fazer isso ou porque o processo era muito complicado.
Xiaolong (pseud?nimo) foi diagnosticado com distrofia muscular progressiva quando tinha seis anos. No ano passado, aos 14, decidiu parar o tratamento.
Ele tinha vontade de doar órg?os, mas n?o sabia aonde recorrer. Só conseguiu contatar um banco de córnea da Cruz Vermelha após ele aparecer em um canal de televis?o local.
A China tem 731 milh?es de internautas, mais da metade da popula??o. A internet está mudando a vida das pessoas de forma bem rápida, incluindo como participam da filantropia.
"A ampla disponibilidade e conveniência da internet facilitou significativamente a express?o de desejos de doa??o dos chineses", comentou Huang, membro do 12o Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh).
Embora nem todos os registrados se tornem doadores reais porque a lei outorga à família do morto a decis?o final, haverá definitivamente mais doa??es a longo prazo, assinalou Huang.
Huang prop?s que o seguro de saúde cubra os custos de transplante para que mais famílias de renda baixa possam pagar o servi?o.