O balan?o comercial do Brasil nos primeiros dois meses do ano corrente registrou um aumento de 3,958 bilh?es de dólares, em compara??o com o período homólogo do ano anterior, de acordo com os dados publicados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Servi?os do Brasil.
Durante o mesmo período, a exporta??o brasileira de commodities para a China aumentou em 94,38%, número de que bateu o recorde histórico. Com este valor, a China passou a ser o maior destino de exporta??o do Brasil, substituindo a Uni?o Europeia.
Segundo o jornal Valor Econ?mico, o valor do comércio exterior do Brasil registrou o primeiro aumento durante três meses consecutivos desde 2013, gra?as à normaliza??o do pre?o das commodities, à crescente demanda da China pelos produtos brasileiros, como petróleo, minério de ferro e soja, e à recupera??o do mercado doméstico de consumo.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que o PIB do país sul-americano caiu em 3,6% no ano de 2016, uma queda por três anos consecutivos.
“Neste momento difícil, o Brasil precisa de, por um lado, elevar o dinamismo no mercado de consumo, por outro lado, procurar parceiros confiáveis”, afirmou Evandro Carvalho, professor de Direito Internacional da Funda??o Getúlio Vargas, em uma entrevista ao Diário do Povo, acrescentando que o mercado chinês desempenha um papel importante para a mudan?a da economia brasileira.
Entre janeiro e fevereiro, a exporta??o de minério de ferro e de soja do Brasil para a China aumentou em 139,7% e 98%, respetivamente. Por outro lado, o investimento chinês nas áreas de infraestrutura e agricultura do Brasil se tornou uma nova dire??o da coopera??o entre os dois países.
“A China, que se tornou o maior parceiro comercial do Brasil em 2009, tem vindo a ser um dos maiores destinos da exporta??o brasileira, motivado pela complementaridade econ?mica entre os dois blocos”, afirmou Zhou Zhiwei, diretor executivo do Centro de Pesquisa do Brasil do Instituto do Estudo da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
“No momento em que outros investidores minimizaram as atividades no Brasil, com alguns a retirarem o seu capital do país, a China continuou a manter um investimento de alto nível, atendendo à demanda do Brasil por capital estrangeiro”, acrescentou.
No entanto, o sistema tributário rigoroso e o atraso na constru??o infraestrutural dificultam o investimento estrangeiro no Brasil, afirmou Paulo Wrobel, professor da PUC-Rio, adicionando que a garantia da sustentabilidade das empresas estrangeiras no Brasil é uma quest?o a ponderar para o governo brasileiro, “o Brasil tem que melhorar a gest?o interna e o ambiente de negócios”, concluiu.