O primeiro procedimento cri?nico de corpo inteiro na China ocorreu na província de Shandong, segundo revelado pela Funda??o Yinfeng Life Science na segunda-feira.
O procedimento consiste na preserva??o do corpo a uma temperatura muito baixa logo após a morte, na esperan?a de que, no futuro, a tecnologia e ciência tornem possível a recupera??o da vida.
O procedimento foi iniciado a 8 de maio, menos de cinco minutos após ser declarada a morte de Zhan Wenlian.
Aaron Drake, da americana Alcor Life Extension Foundation, e especialistas médicos do Hospital Qilu da Universidade de Shandong, em Jinan, colocaram imediatamente Zhan em um sistema de suporte de vida, incluindo nutri??o e apoio cardiopulmonar, informou Kong Fei, membro do conselho da funda??o.
A funda??o foi criada pelo Yinfeng Biological Group, uma empresa privada com sede em Jinan, especializada em pesquisa e desenvolvimento de células humanas e tecnologia de armazenamento de órg?os.
O corpo de Zhan foi enviado de ambulancia do Hospital Qilu para um laboratório em um instituto afiliado à empresa. O corpo foi injetado com produtos químicos projetados para proteger as células da detereora??o durante o processo de congelamento. O corpo foi ent?o colocado em um recipiente cuja temperatura interna foi reduzida para menos de 190 ℃ negativos.
O processo precisou de mais de dois dias para ser concluído.
Desde o dia 10 de maio, o corpo de Zhan está armazenado em um recipiente de 2.000 litros no instituto. O nitrogênio líquido mantém a temperatura corporal entre -192 ℃ e -195 ℃, explicou Kong.
Zhan, que tinha 49 anos e trabalhava em um banco estatal em Jinan, sofria de cancer de pulm?o. Gui Junmin, seu marido, tomou conhecimento do grupo Yinfeng em fevereiro, por intermédio do médico de Zhan, e decidiu seguir com o procedimento depois de obter o consentimento de sua esposa, disse Kong.
"Por amor à sua esposa, Gui disse que gostaria de tentar, embora soubesse que n?o era possível ressuscitá-la no futuro próximo", disse ele.
Visto que os custos s?o muito altos, a funda??o suporta todas as despesas do procedimento e armazenamento, acrescentou Kong, se recusando a revelar valores.
"Dedicamo-nos a promover o desenvolvimento da tecnologia cri?nica", afirmou. "é esperado que o corpo seja armazenado por pelo menos várias décadas, para podermos avaliar a condi??o do corpo após um certo período de tempo e tentar reanimá-la no futuro, se possível”.
Chen Jingyu, vice-presidente do Wuxi People's Hospital, na província de Jiangsu, e reconhecido especialista em transplantes de pulm?o, disse que, assim que o cora??o para e a pessoa n?o respira, é considerada morte cerebral e n?o faz sentido proceder à preserva??o do corpo.
"N?o é possível ressuscitar uma pessoa depois ser declarada a sua morte cerebral", refor?ou Chen.
Kong disse que a funda??o continuará aceitando pedidos para o procedimento, contudo limitará os números devido ao seu custo elevado.
"Estamos também planejando construir um banco de órg?os, provavelmente o maior da ásia, para um melhor armazenamento de órg?os doados", revelou.
A primeira pessoa na China a receber crioterapia foi Du Hong, um escritor de Chongqing, cuja cabe?a foi preservada na Alcor em 2015, de acordo com o Science and Technology Daily.
Mais de 100 pessoas foram crio-preservadas desde o primeiro caso em 1967, de acordo com a funda??o.
O objetivo da preserva??o cri?nica é evitar a morte ao manter a estrutura celular e a química suficientes para que a recupera??o (incluindo da memória e da personalidade) permane?a possível pela tecnologia no futuro, afirmou.