BEIJING, 23 de ago (Diário do Povo Online) – O BRICS, que perfaz 23% da economia mundial e 50% do contributo para o crescimento econ?mico global, deve procurar internamente aproveitar todo o potencial comercial, de acordo com especialistas chineses.
“O potencial ainda n?o foi completamente aproveitado. O comércio com os EUA ou a Europa n?o pode ser comparado com o comércio entre os países do BRICS, mesmo tendo em conta que os cinco países membros tenham grandes popula??es e economias complementares,” disse Huang Ping, diretor do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS), em um seminário realizado na última segunda-feira em Beijing, antes da 9a Cúpula do BRICS que terá lugar entre os dia 3 e 5 de setembro em Xiamen, na província de Fujian, no leste da China.
Em 2016, o volume de comércio entre a China e os EUA atingiu os 500 bilh?es de dólares. Já o comércio China-Rússia e China-índia foi de apenas 69,5 e 70,7 bilh?es de dólares, respetivamente. Os valores de comércio com outros membros do BRICS s?o ainda mais baixos.
O volume comercial reduzido pode ser o resultado de barreiras geográficas e linguísticas, explicou Huang, citando a falta de compreens?o das leis brasileiras em português como um exemplo.
“A índia, como nosso vizinho e maior país no sul da ásia, será uma potência jovem em 2030. Nessa altura a China poderá enfrentar o risco de envelhecimento da sociedade,” disse Huang.
A China n?o é um poder hegem?nico no BRICS, reiterou Ding Kuisong, secretário-geral do Centro do Intercambio Cultural Internacional da China (CICEC, na sigla em inglês). “Embora atravesse um período de desacelera??o econ?mica, a índia mantém um crescimento rápido e os seus esfor?os de liberaliza??o e coopera??o regional com países em desenvolvimento continuar?o a impulsionar essa tendência. Através do BRICS, os cinco países membros podem refor?ar a sua colabora??o. A índia antevê também que o mecanismo possa promover ainda mais a sua economia”, disse Ding.
O secretário-geral acrescentou que a próxima cúpula efetuará uma abordagem mais pragmática, visando a promo??o da coopera??o econ?mica, especialmente em rela??o à iniciativa “Um Cintur?o e Um Rota”.
Coorganizado pelo Instituto Nacional para a Estratégia Global da ACCS, Editora Acadêmica de Ciências Sociais, e CICEC, o seminário revelou também um conjunto de livros sobre o BRICS da autoria de acadêmicos chineses e internacionais.