Por Andreia Carvalho e Renato Lu
Com a aproxima??o da Cúpula do BRICS, a ser realizada entre 3 e 5 de setembro em Xiamen, na China, é tempo de analisar os resultados obtidos na primeira década e definir planos concretos para os próximos 10 anos do bloco, defendeu Ronnie Lins, presidente do Center China-Brazil: Research & Business.
Lins destaca a capacidade de articula??o dos “países emergentes” de grande poder econ?mico e político, pois, segundo ele, “possuem dimens?es continentais”. O foco do bloco no desenvolvimento econ?mico conjunto, para ajudar a solucionar problemas de desigualdade social e erradicar a pobreza, veio a decretar uma primeira década “positiva, de mútuo conhecimento entre os países”, que agora precisam concretizar mais acordos de coopera??o para alcan?ar novos objetivos.
“Os BRICS tiveram esse desenvolvimento significativo, principalmente em fun??o do bom desempenho da China e da índia, que cresceram muito acima da média do crescimento mundial”, afirmou.
A expans?o do BRICS para o BRICS+ tem sido amplamente discutida. “A participa??o de novos países nos BRICS poderá ser benéfica, desde que os novos parceiros estejam em sintonia com os objetivos dos atuais países do bloco”, defendeu.
Contudo, o entrevistado explica que os novos países ser?o bem-vindos, caso tragam benefícios ao bloco sob o ponto de vista econ?mico, político e estratégico. é necessária uma análise do “trade off”, ou seja, “se o aumento do poder econ?mico do bloco pode ou n?o causar problemas de relacionamento político entre alguns membros”, explica.
O contexto mundial está em constante mudan?a, e os BRICS devem estar sintonizados, por forma a enfrentar aqueles que Lins considera serem os 3 desafios principais.
Primeiramente, é necessário fortalecer o comércio entre os países membros, “através de mais rela??es do tipo win-win, da implanta??o do livre comércio e do aproveitamento das complementaridades entre os países”.
Segundo, é importante investir significativamente na adapta??o da capacidade industrial operacional, em sintonia com o novo mundo da “quarta revolu??o industrial”, aumentando a competitividade e reduzindo os custos de produ??o.
Por fim, e como consequência do segundo desafio, é imprescindível a adapta??o dos sistemas educacionais à nova realidade da “quarta revolu??o industrial” e novos tipos de presta??o de servi?os, que implicam a “aproxima??o do mundo acadêmico ao empresarial dos membros, para que os jovens estejam melhor preparados para enfrentar as novas e diversas demandas de trabalho”.
Quanto ao futuro do BRICS, Lins acredita que, a Cúpula de Xiamen irá possibilitar a tomada de medidas mais concretas gra?as às experiências adquiridas nos últimos 10 anos.
Das medidas a serem tomadas, o presidente do Center China-Brazil, salienta: o maior avan?o na cria??o do mercado de livre comércio com a redu??o do protecionismo e adapta??es tributárias; um maior desenvolvimento em infraestruturas, visando o aumento da produtividade; uma maior atua??o do Banco dos BRICS no apoio a projetos estruturantes; e a defini??o de medidas concretas para erradica??o da pobreza e presta??o de auxílio aos países co-irm?os.