Brasília, 4 set (Xinhua) -- O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira a absolvi??o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do banqueiro André Esteves numa a??o na qual eles foram acusados de participar de uma trama para comprar o silêncio do ex-diretor da estatal de petróleo, Petrobras, Nestor Cerveró.
O órg?o entregou à Justi?a Federal em Brasília as alega??es finais da a??o penal, na qual apresenta as conclus?es com base nas provas e depoimentos realizados. O MPF diz n?o ter encontrado evidências de que Lula e André Esteves cometeram o crime de obstru??o de Justi?a.
O processo para investigar o ex-presidente e o banqueiro tinha sido aberto com base na dela??o premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-membro do Partido dos Trabalhadores), detido em 2015 pela Polícia Federal quando ainda era líder do governo de Dilma Rousseff, sob acusa??o de oferecer o equivalente a US$ 15 mil mensais a Cerveró para que este n?o fechasse um acordo de dela??o premiada com a Justi?a.
Segundo o MPF, Amaral "estava agindo apenas em seu próprio interesse" e mentiu quando envolveu o ex-presidente e o banqueiro na trama.
"Cerveró estava sonegando informa??es no que se refere a Delcídio, e n?o sobre Lula, a quem inclusive imputava fatos falsos, no intuito de proteger Delcídio", afirma a alega??o apresentada.
Segundo o MP, as investiga??es mostram que o ent?o senador queria impedir Nestor Cerveró de contar na dela??o premiada sobre uma propina de 4 milh?es de reais (cerca de US$ 1,27 milh?o) que teria recebido da construtora UTC para abastecer a campanha dele, Amaral, a governador do Mato Grosso do Sul, em 2006.
Por essa raz?o, fez com que Cerveró dissesse falsamente a investigadores que a propina seria destinada para a campanha da reelei??o presidencial de Lula, naquele mesmo ano.
Quanto ao banqueiro Esteves, foi inocentado após verificar-se depoimentos, segundo os quais ele teria se recusado a atender o pedido de Amaral para pagar Ceveró.
O MPF pediu à Justi?a que anule os benefícios da dela??o premiada que tinham sido concedidos a Delcídio Amaral e que ele seja condenado.