Brasília, 14 set (Xinhua) -- O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou na ter?a-feira a abertura de um novo inquérito para investigar o presidente Michel Temer, por suspeita de corrup??o ativa, passiva e lavagem de dinheiro na edi??o de um decreto no setor portuário.
Também s?o alvos da investiga??o o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, homem de confian?a do presidente, e dois empresários.
Na decis?o, Barroso disse que as provas colhidas revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confian?a do presidente, menciona pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o próprio Temer, em troca da edi??o de ato normativo de específico interesse de determinada empresa, no caso, a Rodrimar.
O pedido de inquérito tinha sido apresentado pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, em junho, para apurar se o decreto foi editado com o objetivo de beneficiar a empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos.
"A ninguém deve ser indiferente o ?nus pessoal e político de uma autoridade pública, notadamente o presidente da República, figurar como investigado em procedimento dessa natureza", afirmou o juiz.
"Mas este é o pre?o imposto pelo princípio republicano, um dos fundamentos da Constitui??o brasileira, ao estabelecer a igualdade de todos perante a lei e exigir transparência na atua??o dos agentes públicos", acrescentou Barroso em sua decis?o de oito páginas.
O pedido de abertura de inquérito ficou sob a responsabilidade do ministro Barroso, porque Janot pediu que o caso fosse sorteado para um novo relator, por entender que a investiga??o n?o tem rela??o com os casos de corrup??o que est?o sendo apurados na opera??o Lava Jato.
O relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, tinha aberto em maio um processo criminal por corrup??o passiva contra Temer, mas a Camara dos Deputados n?o autorizou o andamento do processo.
Rocha Loures também está envolvido na denuncia anterior por ter sido filmado pela Polícia Federal (PF) recebendo uma mala com 500 mil reais.
A decis?o do ministro Barroso acontece um dia depois que a PF anunciou ter encontrado indícios de forma??o de organiza??o criminosa na cúpula do PMDB e que envolveria Temer e vários de seus ministros.