A China poderá ter atingido uma das metas-chave no controlo das suas emiss?es de carbono, antecipando o feito em mais de uma década, de acordo com um novo estudo levado a cabo por investigadores do Reino Unido.
Em 2015, a China comprometeu-se a atingir o máximo das suas emiss?es de carbono até 2030. No entanto, uma equipe de cientistas da universidade de East Anglia, Cambridge e College London, apurou que as emiss?es na China atingiram o seu pico em 2013 e caíram anualmente entre 2014 e 2016.
“Enquanto na??o manufatureira com as emiss?es mais altas do mundo, esta revers?o é um motivo de otimismo entre aqueles que procuram estabilizar o clima terrestre”, disse Guan Dabo, professor de economia para as altera??es climáticas na Universidade of East Anglia, líder do estudo. “Agora, a quest?o importante é averiguar se a quebra de emiss?es chinesas irá persistir”.
A China comprometeu-se a reduzir as suas emiss?es, juntamente com outras 50 na??es, como parte do acordo de Paris, o qual foi ratificado pela ONU em 2016.
O novo estudo, publicado pela revista Nature, registrou que as emiss?es chinesas atingiram o seu pico de 9.5 giga toneladas de dióxido de carbono em 2013, e que depois caiu 4.2% durante os três anos que se seguiram.
Os investigadores atribuem a redu??o de emiss?es às altera??es a terem efeito na estrutura industrial do país e à quebra do uso de carv?o para fins energéticos. O decréscimo do uso de energia e da intensidade de emiss?es contribuiu também para a queda.
“Nós concluímos que a queda de emiss?es chinesas é estrutural e deverá ser sustentável se as crescentes transi??es industrial e energética continuarem”, disse Guan. “As políticas governamentais s?o também um sinal de que a queda nas emiss?es chinesas deverá continuar”.
A China estipulou recentemente o limite de uso de carv?o em 4 bilh?es de toneladas métricas por ano, o que significa que a propor??o de carv?o na tabela energética do país deverá cair de 64% em 2015 para 58% em 2020.
O carv?o é uma fonte de energia abundante e relativamente barata. Todavia, o combustível fóssil é um dos principais causadores de polui??o atmosférica em várias na??es do mundo. O acordo de Paris apelou às na??es participantes para reduzirem a dependência do seu uso.
“Em resposta à retirada dos EUA do acordo de Paris, a China tem vindo cada vez mais a assumir uma posi??o de lideran?a na mitiga??o das altera??es climáticas, sendo que os relatórios do progresso obtido em 5 anos sob os tramites do acordo ser?o amplamente escrutinados pelo resto do mundo”, afirmou Guan.
Embora ele tenha afirmado que o estudo é uma causa de otimismo, ele avisou que as emiss?es da China poder?o oscilar nos próximos anos e que 2013 poderá n?o representar o “pico final”.
Os dados preliminares para 2017 indicam um possível aumento nas emiss?es, enquanto uma outra análise da Greenpeace, avisa que as emiss?es subiram em 4% durante o primeiro semestre de 2018. Porém, as altera??es em atividades industriais, uso de carv?o e eficiência est?o ligados com a altera??o estrutural da economia chinesa e políticas de governan?a de longo prazo, concluiu Guan.