A partida de Mattis veio um dia depois que Trump ordenou a retirada das 2.000 tropas dos EUA da Síria e declarou vitória sobre o grupo militante do Estado Islamico.
O senador Tom Cotton, um republicano do Arkansas e Jack Keane, um general aposentado do Exército que foi um dos primeiros defensores de Trump, s?o possíveis substitutos para Mattis, de acordo com relatos da mídia.
Mas ambos expressaram sua preocupa??o com a decis?o de Trump de retirar as tropas dos EUA da Síria. Keane chamou o movimento de "erro estratégico" no Twitter. Cotton estava entre os seis senadores que assinaram uma carta pedindo a Trump que reconsiderasse sua decis?o.
Mattis e Trump teriam ficado cara-a-cara na quinta-feira à tarde no Sal?o Oval, durante o qual falaram sobre diferen?as políticas, incluindo suas diferen?as quanto à retirada da Síria.
O jornal The Guardian disse que Mattis persuadiu Trump a concordar com a retirada gradual de tropas e a deixar uma for?a residual de algumas centenas. Sua renúncia indica que essas recomenda??es foram rejeitadas por Trump.
O senador republicano Lindsey Graham, que se op?s à decis?o de Trump de trazer de volta tropas norte-americanas da Síria, disse que Mattis "acredita firmemente" que o trabalho na Síria ainda n?o terminou", segundo um relatório da Fox TV.
Mas o escopo da divergência de Mattis com Trump vai muito além da miss?o militar dos EUA na Síria.
Por exemplo, o chefe do Pentágono é defensor da alian?a dos EUA com a Organiza??o do Tratado do Atlantico Norte (OTAN), enquanto o presidente atacou a OTAN por ser "obsoleto" e muitas vezes repreendeu os países membros por n?o contribuírem com fundos suficientes.
Os dois também discordaram em quest?es como a proibi??o de recrutas transgêneros das for?as armadas, o cancelamento dos exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul, a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Ir? e o envio de tropas para a fronteira EUA-México.
Visto por seus partidários como a única fonte remanescente de estabilidade no governo Trump, Mattis é o último de vários membros do gabinete que renunciaram ou foram for?ados a parar nos últimos dois anos.
Mattis tem amplo apoio em todo o corredor político. Sua renúncia foi imediatamente lamentada por oficiais de seguran?a nacionais antigos e incumbentes.
"Em um momento de tal turbulência política, econ?mica e geoestratégica - nacional e globalmente - você está esperando que uma catástrofe aconte?a antes de agir? O desastre se aproxima!" John Brennan, ex-diretor da Agência Central de Inteligência, disse sobre os republicanos em um tuíte.
"Isso é assustador. O secretário Mattis tem sido uma ilha de estabilidade em meio ao caos da administra??o Trump", tuitou Mark Warner, um congressista democrata da Virginia que atua no Comitê de Inteligência do Senado.
"Como vimos com a abordagem casual do presidente à Síria, nossa defesa nacional é importante demais para ser submetida aos caprichos erráticos do presidente", escreveu ele.
Além disso, Mattis, como ex-general do Corpo de Fuzileiros Navais, é altamente considerado entre os especialistas em defesa e é uma mente militar bem respeitada entre os legisladores.
Uma pesquisa realizada em setembro concluiu que quase 90% dos oficiais militares dos EUA tinham uma vis?o favorável de seu trabalho.
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