Por Yi Fan*

Uma vez mais, as aten??es do mundo v?o recair sobre Brasília. Nos dias 13 e 14 de novembro, a 11a Cúpula do BRICS terá lugar na capital brasileira, cidade essa que tem um formato de avi?o e está inscrita como Patrim?nio Cultural da Humanidade.

Brasília

Na sua presidência “pro tempore”, o Brasil tem feito muito sob a lideran?a do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou na Reuni?o Informal do BRICS em Osaka que o seu governo “pretende trabalhar ativamente pelo fortalecimento deste grupo”.

O mote “BRICS: Crescimento Econ?mico para um Futuro Inovador” e as prioridades às ciência, tecnologia, inova??o e economia digital que a parte brasileira definiu, visam promover a moderniza??o da estrutura industrial, a competitividade e o crescimento inclusivo do BRICS, e est?o em linha com as necessidades diretas dos membros. Todos os 5 líderes do agrupamento confirmaram já sua presen?a na cúpula.

Tenho plena confian?a de que o BRICS voará ainda mais alto na capital brasileira. Acredito que, através da nova cúpula, o BRICS responderá às vozes pessimistas com resultados tangíveis e ganhará mais brilho na sua segunda “década dourada”, dando continuidade ao seu papel estabilizador em um mundo volátil.

Os cinco países do BRICS encontram-se em fases semelhantes de desenvolvimento e possuem amplos interesses comuns. Tendo isso em considera??o, é natural que os membros cheguem a entendimentos e sintonia sem grandes dificuldades.

Com a parceria mais aprofundada e coesa, os cinco países do BRICS têm adotado uma voz única nas grandes quest?es internacionais, salvaguardando a voz dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. Ao apresentar um exemplo de rela??es internacionais de um novo modelo, os BRICS funcionam como estabilizadores, contribuindo para a paz e desenvolvimento mundiais.

Durante a presidência “pro tempore”, do Brasil, tanto na reuni?o informal dos líderes quanto nas duas reuni?es dos chanceleres, foi emitida a voz BRICS de apoio ao multilateralismo - uma voz preciosa no contexto da ascens?o do unilateralismo, protecionismo e de práticas de bullying. Isso reflete as aspira??es comuns dos mercados emergentes e países em desenvolvimento pela justi?a e equidade nos assuntos internacionais.

Orientado pelo Espírito do BRICS, caracterizado pela Abertura, Inclus?o, Coopera??o e Ganhos Compartilhados, o agrupamento vem melhorando a sua arquitetura ao longo de 11 anos de desenvolvimento. O BRICS conta hoje com uma estrutura multidimensional de várias camadas, orientada pelas cúpulas, suportada pelas reuni?es de chanceleres e reuni?es de altos representantes para assuntos de seguran?a e por vários outros encontros em áreas como economia e comércio, finan?as, ciência e tecnologia, indústria, agricultura, cultura, educa??o, saúde, think tanks, cidades irm?s, entre outros.

Além de ser uma plataforma para os membros consolidarem a confian?a política e refor?arem a coopera??o prática entre si, o BRICS é também um canal no qual os mercados emergentes e os países em desenvolvimento podem conjugar esfor?os para alcan?ar o desenvolvimento comum. O bloco também contribuiu muito para a forma??o de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade.

Destacam-se os resultados frutíferos da coopera??o do BRICS em seus três pilares, isto é, os setores de economia, paz e seguran?a e intercambio entre pessoas.

O Novo Banco de Desenvolvimento contribuiu muito para o melhoramento da infraestrutura e da competitividade dos cinco países. O Arranjo Contingente de Reservas desempenha um papel importante para garantir a seguran?a financeira dos BRICS. A Parceria do BRICS para a Nova Revolu??o Industrial (PartNIR) avan?a a passos firmes, e muitos outros projetos de coopera??o apresentam novos resultados.

Os cinco países apresentam uma boa coordena??o nos grandes temas internacionais e regionais, como o multilateralismo, a governan?a global, o combate ao terrorismo, a manuten??o da paz, a seguran?a cibernética, entre outros, contribuindo com sabedoria e for?a para a transforma??o da ordem internacional numa dire??o mais justa e razoável.

No quadro do bloco, existem também a Alian?a de Bibliotecas, Alian?a de Museus, Alian?a de Museus de Arte e Galerias Nacionais, Alian?a de Teatros para Crian?as e Jovens, entre outros la?os culturais. Os cinco países têm coproduzido um filme anualmente nos últimos três anos, a saber, o “Em que Tempo Vivemos” de 2017, o “Metade do Céu” de 2018 e “Vizinhos” de 2019. Mais ainda, o documentário coproduzido no ano corrente será exibido em todos os cinco países, conforme o previsto. O intercambio cultural BRICS aprofundou substancialmente a amizade entre os povos.

O mundo de hoje experimenta mudan?as grandes, raramente vistas nos últimos cem anos. Entretanto, permanece inalterada uma tendência de paz, desenvolvimento, coopera??o e ganhos compartilhados, e mantém-se igualmente inalterada a ascens?o coletiva dos mercados emergentes e países em desenvolvimento como o Brasil.

Os membros do BRICS s?o diferentes uns dos outros, mas com respeito mútuo, conseguiram uma convivência harmoniosa. é para mim motivo de plena confian?a que, com os esfor?os conjuntos dos países membros, a Cúpula de Brasília será um grande êxito, e que o BRICS sairá mais unido, ganhará um maior peso e abra?ará um futuro ainda mais promissor.

*Yi Fan é observador de assuntos internacionais.