Diário do Povo
Face à crise de saúde pública provocada pela epidemia do novo coronavírus, a mentalidade insalubre de alguns países no contexto das rela??es internacionais foi exposta. Nos últimos dias, a ajuda prometida pelo governo dos EUA n?o só n?o foi cumprida, como o país anunciou uma redu??o ao apoio financeiro à OMS em plena altura crítica da luta contra a epidemia. Tudo isto leva a comunidade internacional a perceber qual a verdadeira identidade do país em causa no contexto global.
Há alguns dias atrás, o secretário de Estado estadunidense Pompeo anunciou nas redes sociais que iria alocar $US100 milh?es para “apoiar a China na luta contra a epidemia do novo coronavírus”, afirmando que o ato demonstrava a “forte lideran?a dos EUA” na resposta à epidemia. No entanto, em uma coletiva de imprensa a 10 de fevereiro, um repórter indagou as autoridades norte-americanas sobre a implementa??o desses fundos. O responsável respondeu que os $US100 milh?es eram, na verdade, um limite. No presente, com exe??o de alguns projetos humanitários no Laos, outras opera??es relacionadas com este fundo n?o foram detalhadas.
Se os EUA desejarem realmente ajudar alguns países do sudeste asiático, como o Laos, a fazer frente à epidemia, isso é compreensível. Afinal, trata-se de um desafio de saúde pública mundial e a entreajuda internacional é sempre bem-vinda. No entanto, n?o deixa de ser caricato que, depois de slogans e anúncios sonantes, os EUA tenham mudado a trajetória da sua retórica. Além disso, dadas as circunstancias da epidemia, o atraso do cumprimento da palavra dos EUA é claro e inconsistente com a sua suposta “forte lideran?a”.
Porque é que os EUA passaram de um anúncio mediático a uma postura de discri??o? A par desta situa??o verificou-se outra quest?o: o mais recente or?amento fiscal de 2021 demonstrou que a Casa Branca planeja reduzir para metade o financiamento à OMS.
Em um momento crítico na luta global contra a epidemia, o papel de coordena??o da OMS é ainda mais importante. Que mensagem querem os EUA passar ao adotarem medidas destas neste momento? A justifica??o do país é que a assistência direta a países específicos é uma melhor forma de responder a crises de saúde pública. Porém, é uma a??o contraditória, se for tida em conta a ajuda prometida de $100 milh?es para a preven??o epidemiológica.
Os EUA claramente violaram as delibera??es da OMS e assumiram a lideran?a a aplicarem uma proibi??o de viagens. Alguns políticos americanos tomaram a dianteira a espalhar teorias da conspira??o, fazendo uso da epidemia para desacreditar a China. Obviamente, tal psicologia e práticas perigosas n?o só se distanciam da “forte lideran?a” que os EUA apregoam, mas também dos padr?es comuns da civiliza??o humana. Deve real?ar-se que a maioria dos especialistas de saúde e o público americano desejam que todas as partes trabalhem conjuntamente para superar a epidemia, todavia as opera??es políticas em Washington contrariam esse ensejo.
Nos últimos anos, a maior preocupa??o da comunidade internacional para com a diplomacia americana é que a disponibilidade da maior potência do mundo para a coopera??o internacional tenha caído significativamente, o seu apoio ao sistema multilateral internacional tenha enfraquecido, e os efeitos negativos do seu comportamento premeditado na governan?a global tenham aumentado. As várias palavras e a??es dos EUA face ao atual surto serviram para o mundo tenha ficado mais consciente dessa realidade. O que deve ser lembrado é que hoje, em uma altura em que os países est?o amplamente interconectados, passa a existir uma responsabilidade recíproca. O enfrentamento coletivo de obstáculos, refor?o da coopera??o e resposta conjunta s?o o caminho certo a seguir.