Diário do Povo

Em 5 de fevereiro, Zhao Yong, o secretário da aldeia de Longzhu,levou 12 alde?es para distribuir legumes pelos maiores hospitais de Wuhan. Foto: Zhang Wujun, Diário do Povo
O combate contra a epidemia é uma guerra popular. Na linha da frente, os médicos e trabalhadores comunitários lutam dia e noite para conter a propaga??o do Covid-19. Na retaguarda é o cidad?o comum que dá o seu contributo para que esta guerra seja vencida.
Na noite de 5 de fevereiro, um caminh?o acidentalmente embateu contra uma árvore quando se preparava para abastecer um hospital de Wuhan, espalhando repolhos pelo ch?o. Zhao Yong, na casa dos 40 anos de idade, teve dificuldade em conter as lágrimas após assistir ao acontecimento. “Estes s?o os melhores legumes que conseguimos colher, fruto de muito esfor?o. Todos trabalhamos muito para concretizar esta entrega a Wuhan...”.
Zhao Yong é o secretário do partido na aldeia de Longzhu, na província de Sichuan. No mesmo dia, levara 12 caminh?es conduzido por 12 agricultores, doando um total de 100 toneladas de vegetais a vários hospitais de Wuhan. Zhao Yong disse que era uma forma de agradecimento. Em 2008, um terremoto de 8 graus de magnitude atingiu Wenchuan, na província de Sichuan, e por todo o país uma onda de solidariedade apoiou Wenchuan para superar as dificuldades subsequentes.
A 9 de fevereiro, Sina, um barista iraniano, estava ocupado no café Wakanda, no distrito Guanggu, em Wuhan. O estabelecimento estava encerrado, mas os membros do staff lembraram-se que havia um grupo de quadros médicos do Hospital Provincial de Medicina Tradicional Chinesa de Hubei que eram clientes assíduos. Devido aos esfor?os e à press?o a que estavam sujeitos nos hospitais, os funcionários decidiram continuar de servi?o para responder às necessidades dos clientes especiais.
Durante este período, Sina recebeu duas notifica??es da embaixada iraniana na China, relativas a um avi?o fretado para retirar os cidad?os iranianos a residir em Wuhan. Os seus colegas também o avisaram para regressar, devido à intensidade do surto. Porém, Sina recusou. Ele escolheu permanecer em Wuhan a preparar café para os médicos e para os seus colegas.
A 12 de fevereiro, Yuan Chuanwei terminou finalmente a sua entrega para Hubei e respirou de alívio. Yuan Chuanwei é o diretor de uma empresa de maquinaria de precis?o no distrito de Xiangcheng, em Suzhou. Há duas semanas, ele recebeu uma chamada de um cliente dizendo que, devido à necessidade de combater a epidemia, precisava de encomendar mais equipamentos de desinfe??o, à base de peróxido de hidrogênio para Hubei.
No entanto, devido à epidemia, 5 trabalhadores na linha de produ??o n?o puderam retomar os trabalhos. Yuan Chuanwei sentiu que estava capacitado a operar em todo o processo de produ??o. Devido à urgência da epidemia, arrega?ou as mangas e aceitou a encomenda. Durante duas semanas, ficou de plant?o na oficina, trabalhando incansavelmente noite e dia. “Embora estas duas semanas tenham sido duras, foram melhores do que aqueles que sofreram com o vírus”, afirmou.
Na noite de 16 de fevereiro, Zhang Xiangbei, segurando o filho ao colo, falava por chamada de vídeo com a esposa. Há uma semana, a esposa, funcionária, no aeroporto de Hubei, teve de se juntar aos trabalhos de controle e preven??o epidemiológica. Desde ent?o passou a residir em um dormitório, passando Zhang Xiangbei a ter total responsabilidade pelo lar.
“Embora eu geralmente ajude com o bebé, tenho de deixar de ser uma figura secundária e passar a ser o protagonista”. Zhang Xiangbei afirma que se tornou “especialista”, a trocar fraldas, preparar 3 refei??es diárias , etc. Está cada vez melhor. “Consigo trocar as fraldas em 20 segundos agora. Até o maior amador consegue aperfei?oar a rotina rapidamente!”.
Depois das férias do Ano Novo Chinês, Zhang Xiangbei come?ou a trabalhar remotamente a partir de casa, enquanto acompanha o seu filho, cozinhando para ele, brincando com ele e adormecendo-o. O pai diz que, apesar dos esfor?os redobrados, se sente realizado. “Depois de superar este período difícil, tenho uma compreens?o mais profunda da família. A epidemia irá acabará por passar, e todos teremos dado o nosso contributo”.