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O que o Brasil deve esperar da China no combate global à Covid-19?

Fonte: Diário do Povo Online    10.04.2020 14h39

Lucas Felipe Wosgrau Padilha

Responsabiliza??o: à primeira vista, trata-se do processo de atribui??o de deveres de repara??o ou sujei??o à retalia??o futura frente às culpas – intencionais ou n?o - passadas. A responsabiliza??o, neste sentido, nasce a partir do reconhecimento do erro, da culpa ou do dolo do outro. Atualmente, no Brasil e no mundo, buscam-se responsáveis pelas múltiplas crises causadas pela pandemia global da Covid-19. O candidato número um é a China. S?o responsáveis o governo chinês, as empresas, universidades e comunidades chinesas ao redor do mundo pela Covid-19?

Há mais de dez anos um chamado global à responsabilidade ecoou pelo mundo. Atenta às necessidades de uma nova era, desde a crise financeira global de 2008, a China prop?s reformas na governan?a do Fundo Monetário Internacional (FMI) e participou da cria??o de novas institui??es financeiras multilaterais como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e o Novo Banco do Desenvolvimento, uma iniciativa lan?ada em 2013, no Brasil, parte de um esfor?o conjunto de países com diferen?as marcantes entre si – os BRICS (Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul). Para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Macau enquanto lugar de encontro de civiliza??es, oferece novas oportunidades por conta das recentes iniciativas de desenvolvimento e diversifica??o da regi?o Guandong-Hong Kong-Macau. A iniciativa de investimentos trilionários em infraestrutura nomeada “Um Cintur?o, Uma Rota” é o exemplo mais eloquente de que a China acredita que a humanidade é uma comunidade de destino compartilhado.

Na crise corrente, as institui??es de governan?a global – como a Organiza??o Mundial da Saúde (OMS) – dependem de apoio e complementa??o daqueles que as constituem, os Estados Nacionais. é o que faz, corretamente, a China ao apoiar a OMS desde os dias em que a Covid-19 era considerada por grande parte do mundo só um problema chinês. Sem coordena??o e coopera??o, a recess?o econ?mica, morte e isolamento ser?o o novo normal. é contra isso que a China, em mais de 88 países por ela ajudados, luta.

Existe uma guerra a ser vencida. As li??es da China, enquanto primeiro front, devem ser apreendidas e adaptadas para as realidades locais. Na falta de uma vacina ou tratamento específico, distanciamento social, mas n?o só: integrar servi?os públicos às tecnologias de georreferenciamento e grandes dados possibilitadas pelas redes de 4G e 5G, mobilizar empresas, organiza??es e a sociedade sob uma governan?a multinível – das ruas e bairros ao governo central – e, sobretudo, sobriedade, solidariedade e paciência, s?o armas para a vitória.

De escopo e natureza globais, profundo impacto geracional e consequências econ?micas duradouras, principalmente para países em desenvolvimento, a Covid-19 é responsabilidade de todos os países. N?o há, no entanto, nenhum país t?o responsabilizado quanto a China. é uma escolha própria, soberana, que demonstra seu compromisso global. Responsabiliza??o que n?o é fruto das exigências dos tribunais midiáticos desinformados e paranoicos montados ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Cabe aos governos e sociedades n?o ceder ao desespero do momento ou aos oportunismos patrocinados por aqueles que negam a ciência e carecem de empatia com sua própria gente.

Responsabilizar-se pela Covid-19 é, longe de casa, arriscar a própria vida para ajudar o estrangeiro – atitude exemplar de médicos e enfermeiros chineses na Itália, por exemplo. Também é dobrar turnos nas fábricas produzindo equipamentos de prote??o pessoal e testes laboratoriais. é valorizar a ciência, entendendo seus limites e tempo. é basear a governan?a em evidências científicas, mas também em racionalidade e sabedoria reconhecendo erros e acertos. é, ainda, compartilhar informa??es, dados e talentos sem julgar o destinatário ou dele exigir alian?a.

Devem os governadores e prefeitos brasileiros – as primeiras lideran?as nas batalhas contra a Covid-19 – convocar e mobilizar cientistas, gestores públicos, funcionários e parceiros privados para que cooperem com a China – e com o resto do mundo – no combate à pandemia deflagrada e à crise econ?mica que agora se revela. O Brasil possui memória institucional no combate às pandemias do passado, um sistema único de saúde universal e gratuito, território, recursos e talentos para responsabilizar-se pela Covid-19.

Durante à turbulência do presente, o Brasil, um dos mais antigos parceiros estratégicos da China, deve manter o olhar nos interesses de longo prazo, inspirado por sua rica história de política externa independente para que n?o desista de construir o novo mundo que nasce a partir deste momento histórico. Um mundo em que a China reafirma suas responsabilidades enquanto oferece possibilidades – e sonhos.

(O autor é advogado graduado e pós-graduado pela Funda??o Getúlio Vargas. Mestrando em Direito e Sociedade bolsista da Academia Yenching da Universidde de Pequim)

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