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Estudante chinesa relata como viveu a evolu??o da epidemia em Portugal

Fonte: Diário do Povo Online    28.05.2020 11h58

Por Zhan Luoheng

Rua Augusta, Lisboa (Foto: Ronnie)

Tal como todos aqueles que se encontram fora do país e se preocupam com os seus familiares, enquanto estudante chinesa em Portugal, posso dizer que enfrentei “duas epidemias”. Inicialmente seguia de perto a evolu??o da situa??o na China e, mais tarde, passei a participar no combate como membro da sociedade portuguesa. Experienciei duas formas de conter a propaga??o do vírus, mas a mesma preocupa??o do governo pelos seus cidad?os e a mesma exterioriza??o de afeto e solidariedade entre as pessoas.

Os portugueses têm um forte caráter individual, mas tal n?o impede que demonstrem uma notável consciência coletiva perante uma situa??o de crise. Eu, enquanto participante “especial” desta batalha, considero que Portugal deveria ser considerado um caso à parte na Europa, pois os esfor?os e sacrifícios do seu povo s?o merecedores do nosso aplauso.

Pra?a do Comércio, Lisboa (Foto: Ronnie)

No dia 2 de mar?o, Portugal confirmou o primeiro caso do novo coronavírus. No início, o vírus n?o foi motivo de grande preocupa??o entre os portugueses. Pelo contrário, para os chineses residentes em Portugal, era motivo de alarme. Eu própria fui alvo de condescendência entre os meus amigos portugueses, que diziam que estava a ser “exagerada” e “demasiado preocupada”.

Sempre que perguntavamos se já tinham comprado máscaras, desinfetantes e outros produtos de higieniza??o, parecia que combinavam entre eles a mesma resposta: “N?o te preocupes, relaxa”. Aos olhos deles, esta seria mais uma vez em que Portugal seria aquele país pelo qual uma crise passaria ao lado.

No entanto, foram precisos apenas 11 dias para que um fenómeno externo passasse a envolver toda a popula??o. Em compara??o com os restantes países da Europa, o desempenho português é particularmente notável. No dia 13 de mar?o, recebi uma mensagem do meu senhorio português avisando que o país iria em breve implementar uma política de confinamento domiciliar. Nesse dia, fosse nos correios, no talho, no supermercado, ou em qualquer outro espa?o público, as pessoas mantinham já conscienciosamente um metro de distanciamento social nas filas de espera para entrar e sair das superfícies. Esta conduta deixou os chineses em Portugal e a sociedade como um todo mais descansados.

Lisboa (Foto: Ronnie)

Diferentemente da China, Portugal avan?ou com a sua própria estratégia, talhada para as características e condi??es locais. Por exemplo, aos doentes com sintomas leves foi-lhes recomendado que permanecessem em casa. Durante o período em que o confinamento esteve em vigor em todo o país, o governo português n?o imp?s limita??es severas às liberdades individuais e manteve a confidencialidade da localiza??o dos casos confirmados.

A opacidade da informa??o de cada paciente e a relativa tolerancia das desloca??es, embora tenham preservado a privacidade e as liberdades individuais, fez com que muitas outras pessoas tenham ficado preocupadas. No entanto, vale a pena sublinhar que cada medida tomada pelo governo português foi ponderada com base nas circunstancias económicas, médicas e sociais do país, tendo sido repetidamente equacionadas variáveis individuais e coletivas, regionais e étnicas.

O país n?o perdeu tempo a criar medidas para assegurar o “futuro da pátria”: rapidamente foi implementado o “Estudo em Casa”, garantindo os meios necessários para os estudantes do ensino primário e básico assistirem às aulas em casa, todos os dias úteis, das 9h às 17h. Para os grupos mais desfavorecidos, foram criadas leis de isen??o temporária do pagamento de rendas. Os mais jovens uniram-se espontaneamente para apoiar os mais velhos, oferecendo-se para levar as compras a sua casa e garantir vários apoios necessários no seu dia-a-dia. Para agradecer aos profissionais de saúde, a popula??o chegou a acorrer às varandas das suas casas, pelas 20h, para bater palmas. Pode dizer-se que foi um período com alguns “tra?os ocidentais”: uso de máscara sem cobrir o nariz; saídas à rua sem máscara; desinfe??o do tapete depois de voltar a casa; idas do presidente da República em cal??es ao supermercado; patrulhas de carros da polícia com slogans apregoados via megafone durante o confinamento; dificuldades em resistir aos encantos dos dias de sol e a cria??o de regulamentos de distanciamento nas praias proibindo “aglomerados de mais de 10 pessoas”, já depois do pico da epidemia ter passado. Todas estas situa??es despertam uma certa ternura no cora??o e fazem com que goste ainda mais deste país.

O testemunho de Zhan Luoheng foi publicado no Público

Durante este período em que enfrentamos a epidemia, eu, tal como os outros chineses em Portugal, encaramos a situa??o mais alerta. Fomos rotulados de “forasteiros” e fomos parte de um dos grupos mais afetados pelo preconceito. Há alguns dias, um jornal português publicou um artigo da minha autoria, no qual critiquei a quest?o da descrimina??o. Muitos dos comentários das pessoas foram negativos. é também devido a estas vozes que aprendi a valorizar ainda mais as boas a??es. Ainda me lembro quando o surto come?ou a espalhar-se pelo mundo - e com ele a descrimina??o contra os chineses - em que tinha receio de entrar nas carruagens do metro, repletas de rostos estrangeiros, e uma rapariga portuguesa da minha idade sorriu na minha dire??o e acenou para eu entrar. Recordo-me também de cada gesto e demonstra??o de afeto dos meus amigos estrangeiros durante este período.

Bem sei que esta luta em Portugal n?o foi fácil e agrade?o todos estes momentos calorosos. Portugal é um país multiétnico e, como tal, n?o é tarefa simples a coordena??o das diferen?as de todas as suas gentes. Seja a nível governamental ou da sociedade civil, Portugal moveu os esfor?os necessários para controlar a epidemia nos últimos três meses.

Neste momento, a sociedade portuguesa regressa gradualmente ao trabalho. Embora as pessoas de máscara nas ruas nos lembrem que ainda é preciso estar alerta, tudo parece ter regressado à normalidade.

 

Tradu??o por Mauro Marques

(A autora é estudante da Universidade de Línguas Estrangeiras de Shanghai e encontra-se a realizar um programa de mobilidade na Universidade Nova de Lisboa) 

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