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A China 99 anos depois da funda??o do seu Partido Comunista

Fonte: Diário do Povo Online    01.07.2020 10h42

Por José Medeiros da Silva

Quando em julho 1921 um pequeno grupo de pessoas se reunia na já ent?o cosmopolita cidade de Shangai para realizar o Primeiro Congresso do Partido Comunista da China, seria difícil imaginar que naquele momento estava sendo criado um poderoso instrumento de organiza??o política que poucos anos depois seria decisivo para a transforma??o do destino da China e para o fortalecimento da unidade do seu povo. 99 anos depois daquele ato inicial, é instigante perceber como a condu??o e as conquistas atuais do país est?o diretamente relacionadas com o plantio daquela semente histórica.

A transcendência desse protagonismo está bem sintetizada nos versos de uma can??o muito conhecida e entoada em qualquer recanto do país por pessoas de todas as idades: ‘Se n?o existisse o Partido Comunista, n?o existiria a Nova China’ (Meiyou Gongchandang jiu meiyou Xin Zhongguo). Nessa longeva e milenar China, o adjetivo “Nova” presente nos versos da referida can??o significa, essencialmente, o reconhecimento popular de que o Partido foi a pe?a-chave para o estabelecimento de uma na??o unida e a edifica??o de um país soberano. Indubitavelmente, dois memoráveis feitos que ajudam a atender porque os chineses seguem t?o determinados na constru??o do seu país e t?o confiantes em rela??o ao seu futuro.

Olhando-se em retrospectiva para esses 99 anos, logo se percebe que apesar das grandes conquistas, o caminho trilhado pelo Partido desde o seu surgimento tem sido árduo e desafiador. Aliás, desde a sua funda??o até hoje, o enfrentamento de grandes desafios tem sido uma constante na vida do Partido.

Nos seus primeiros anos, sua principal miss?o foi a de organizar os trabalhadores do campo e da cidade para o curso da luta política e social, tanto interna quanto externa. Naquele início, o êxito da Revolu??o de Outubro de 1917 na Rússia certamente ajudou a impulsionar os animos das primeiras lideran?as chinesas do Partido. No entanto, como demonstrou depois o curso da realidade histórica, sua trajetória seria marcada por muitos reverses e grandes sacrifícios.

O Primeiro Congresso realizado em Shanghai em julho de 1921 contava com apenas 12 delegados, que ali representavam pouco mais de 50 membros espalhados pelo restante país. E entre esses 12, além de líderes fundadores como Chen Duxiu e Li Dazhao, estava também presente o jovem Mao Zedong, que ali representava Hunan, sua província natal. Como se sabe, Mao foi uma lideran?a-chave na condu??o da vitória da China, tanto na unidade do povo chinês na guerra contra a ocupa??o japonesa, quanto na implanta??o da República Popular em primeiro de outubro de 1949, da qual se tornou o seu primeiro presidente.

Uma curiosidade daquele Primeiro Congresso é que, apesar de ter sido iniciado em Shanghai, teve o seu encerramento dentro de um barco, em um lago na cidade de Jiaxing, na província de Zhejiang, onde agora vivemos. Isso tudo devido a uma persegui??o policial montada para a pris?o dos seus líderes.

Lembremos ainda que o Partido surge em um contexto histórico delicado, onde a China atravessava uma situa??o política e social muito caótica. Na época, o que realmente estava em jogo era n?o somente a existência do país, mas o destino do seu próprio povo. Aliás, esse quadro foi muito bem descrito em umas reflex?es escritas em 1924 (As Conferências) por Sun Yat-sen, primeiro presidente do país depois da queda da última dinastia, no final de 1911 e o início de 1912. Assim ele resumia o quadro: “Nós somos o Estado mais pobre e fraco do mundo (...). Nossa posi??o agora é extremamente perigosa (...); se nós n?o promovermos seriamente o nacionalismo e mantivermos juntos nossos quatrocentos milh?es de chineses numa na??o poderosa, estamos diante de uma tragédia: a perda de nosso país e a destrui??o de nossa ra?a”.

Na verdade, essa decomposi??o social do país era o desfecho de uma situa??o que se agravava desde os anos 40 do século 19, quando a decadente dinastia Manchu teve que aceitar várias situa??es vexatórias impostas por for?as estrangeiras. A mais humilhante destas foi sem dúvida o arrebatamento de Hong Kong pela Inglaterra, depois de uma série de batalhas que entrou para História como as Guerras do ópio (1839 – 1842; 1856 - 1860).

N?o menos humilhante, foi o desfecho da famosa Conferência de Versalhes (1919), realizada na Fran?a pelas potências europeias com o objetivo de reorganizar o controle sobre o mundo depois da trágica Grande Guerra (1914-1918). Apesar de ter participado dessa Guerra ao lado das for?as vencedoras, a China saiu daquela Conferência com uma grande derrota.

As concess?es alem?es na província de Shandong, ao invés de serem devolvidas para China, foram concedidas ao Jap?o, despertando a revolta de muitos chineses, especialmente entre os mais jovens. O conhecido Movimento 4 de Maio (1919) foi uma forte resposta contra essa situa??o de controle externo. Em resumo, a China daquele período era um país internamente dividido e externamente sufocado. E é diante desse contexto e com esses desafios que o Partido surge e dá os seus primeiros passos.

Vale salientar ainda que ao longo desses 99 anos, o Partido passou por muitas históricas delicadas e desafiadoras, como por exemplo a épica travessia da Longa Marcha (1934-1936), a supera??o de guerra civil e a vitória contra a já mencionada tentativa de ocupa??o japonesa.

Penso que nesse trajeto um dos momentos mais cruciais foi por ocasi?o da Conferência de Zhunyi, realizada em janeiro de 1935 na referida cidade, localizada na bela e montanhosa província de Guizhou. No caso específico dessa Conferência ampliada ocorrida em plena Longa Marcha, houve uma mudan?a decisiva para os rumos do Partido, n?o apenas devido o fortalecimento da lideran?a do presidente Mao, mas sobretudo porque a partir daquele momento passa a predominar no pensamento do Partido uma identidade cada vez mais chinesa e em consonancia com a realidade e os desafios histórico do país naquele momento.

Despois da chegada ao poder em 1949, os desafios passaram a ser de outra natureza, porém igualmente grandiosos. Nos primeiros anos da República Popular, além de necessidade de se garantir a subsistência de milh?es de pessoas, era preciso abrir no cenário internacional um caminho próprio dentro de um mundo até ent?o dividido entre duas grandes potências. Nesse campo específico das rela??es internacionais, o papel desempenhado pelo premiê Zhou Enlai foi fundamental.

O processo de Reforma e Abertura, iniciado por Deng Xiaoping no final dos anos 70, é outro capítulo especial que merece ser destacado nessa linha do tempo. E, atualmente,

sob a lideran?a de Xi Jinping, o Partido tem como propósito maior a constru??o do sonho chinês de revitaliza??o da na??o, expresso em duas grandes metas. A primeira, para o próximo ano, 2021, quando o Partido espera comemorar o seu centenário anunciando a conquista de um padr?o de vida geral moderadamente próspero, o que implica um feito grandioso de elimina??o da extrema pobreza em todo o país. A segunda, estabelecida para 2049, onde a China espera se firmar como um país socialista moderno, próspero, democrático, civilizado e harmonioso e assim, comemorar em grande estilo o aniversário dos cem anos do estabelecimento da sua República Popular.

Ao longo desses 99 anos de existência, independentemente das conquistas ou dos retrocessos, dois elementos estiveram sempre presentes na mente dos seus principais dirigentes: o país e seu povo. As a??es para a elimina??o da extrema pobreza é uma a??o nesse sentido. Mas talvez a grande li??o dessa rica história é que com o Partido a China encontrou um rumo.

 

José Medeiros da Silva, doutor em Ciência Política, é professor na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang

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