O governo do estado do Paraná, no sul do Brasil, anunciou nesta sexta-feira que, a partir de outubro, depois de receber autoriza??o das entidades regulatórias, poderá come?ar a testar em 10.000 voluntários brasileiros a vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia contra o novo coronavírus.
Segundo informou em entrevista à imprensa o presidente do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), Jorge Augusto Callado, se a vacina russa conseguir eficiência e seguran?a, poderá estar à disposi??o a partir de come?os de 2021, embora apenas no segundo semestre de 2021 possa ocorrer uma "vacina??o em massa".
"Nosso planejamento indica que devemos testar a vacina russa em 10.000 brasileiros no final de setembro, assim que, como esperamos, a Agência Nacional de Vigilancia Sanitária (Anvisa) do Brasil autorize", comentou Callado.
O governo do Paraná fez um acordo com a embaixada russa no Brasil para testar e produzir a vacina Sputnik V do Instituto Gamaleya no estado, através da Tecpar, que será responsável pelos processos de desenvolvimento dos testes e produ??o da vacina.
A Sputnik V passou pelas fases I e II com seguran?a e eficácia, segundo afirma um estudo publicada pela revista científica inglesa The Lancet, considerada uma referência para o mercado.
"Isso é algo muito importante", destacou Callado durante a entrevista por videoconferência.
Segundo o planejamento da Tecpar, o pedido de registro da vacina russa deverá ser liberado no final de setembro pela Anviasa e, em outubro dever?o chegar as doses (duas por pessoa no espa?o de 21 dias) e em novembro se terá os resultados dos estudos clínicos nos 10.000 brasileiros, pertencentes ao setor da saúde.
"Se for comprovada a existência de seguran?a e eficácia, com a aprova??o da Anvisa, se poderá ter a vacina no come?o de 2021", disse o presidente da Tecpar.
Callado acrescentou que, inicialmente, as doses ser?o importadas da Rússia, mas a partir do segundo semestre de 2021 poderá haver produ??o nacional através de transferência de tecnologia.
Paralelamente ao processo de autoriza??o da vacina russa est?o sendo testadas no Brasil, na fase III- com estudos clínicos em humanos- a vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech mediante um acordo com o estado de S?o Paulo (sudeste) e a chamada "vacina da Universidade de Oxford", da farmacêutica AstraZeneca, com um convênio com o Ministério da Saúde e da Funda??o Oswaldo Cruz (Fiocruz).