O telescópio esférico de abertura de quinhentos metros da China (FAST, na sigla inglesa) obteve progresso para desvendar o mistério em torno de flashes extremamente curtos, mas poderosos, no céu, conhecidos como “rajadas de rádio rápidas”, de acordo com estudos publicados na revista Nature.
Os dados coletados pelo maior radiotelescópio de antena única do mundo sugerem que as rajadas originam da atividade na magnetosfera de estrelas de nêutrons - os resquícios densos de estrelas massivas. A descoberta p?e termo a um debate científico de uma década sobre a origem do fen?meno, o qual foi descoberto pela primeira vez em 2007.
A comunidade científica levantou também a hipótese de que a maioria das explos?es de rádio rápidas pode ser emitida por uma classe especial de estrelas de nêutrons com campos magnéticos extremamente fortes. Estas estrelas têm um campo magnético equivalente a mais de mil trilh?es de vezes o da Terra.
No entanto, pode também haver outras origens, segundo acrescentaram.
"Apenas nos últimos anos os cientistas souberam como localizar as rajadas, mas continua sendo um desafio decifrar seus sinais e entender a física por trás deles, pois muitos telescópios simplesmente n?o s?o sensíveis o suficiente", disse Han Jinlin, investigador-chefe dos Observatórios Astron?micos da China, subordinados à Academia Chinesa de Ciências.
é aí que o FAST - o radiotelescópio de prato único mais sensível do mundo - pode brilhar, disse Lee Kejia, professor de astronomia da Universidade de Pequim, pois é 2,5 vezes mais sensível que o telescópio Arecibo de 305 metros de diametro em Porto Rico, o segundo mais sensível.
Lee e sua equipe usaram o telescópio, na província de Guizhou, para observar uma rajada rápida de rádio designada de FRB180301 e descobriram que a radia??o da fonte tem "oscila??es no angulo de polariza??o muito diversas", o que significa que a radia??o é afetada pela magnetosfera.
Isso apoia a teoria de que rajadas rápidas de rádio se originam de processos complexos na magnetosfera de uma estrela de nêutrons, ao invés da colis?o de partículas aceleradas, de acordo com um estudo publicado na revista Nature no mês passado.
Os cientistas publicaram mais de 40 artigos com base em dados coletados pelo FAST, e os astr?nomos chineses pretendem usá-los em suas pesquisas, afirma Jiang Peng, o engenheiro-chefe do FAST.
"O FAST n?o só desempenha um papel significativo no esfor?o de nossa na??o para criar grandes avan?os na astronomia, mas as técnicas de engenharia e os materiais usados para criar esta infraestrutura monumental podem também servir outras indústrias", concluiu.