Por Gao Ge

Alguns políticos americanos têm repetidamente designado os Estados Unidos de "maior país do mundo", mas outros países parecem n?o querer acompanhá-los neste devaneio egocêntrico.

De acordo com uma pesquisa realizada em setembro em 13 países pelo Pew Research Center, apenas 41% dos britanicos têm uma atitude positiva em rela??o à imagem dos EUA: o nível mais baixo de sempre registrado pela institui??o no Reino Unido. Na Fran?a, a propor??o é de 31%, sendo o valor mais baixo desde 2003, enquanto que na Alemanha é de apenas 26%.

Nos últimos anos, a reputa??o dos Estados Unidos tem decaído, sendo inseparável da sua “diplomacia de san??es", a qual tolhe o desenvolvimento da economia mundial.

De acordo com estatísticas do escritório de advocacia Gibson, Dunn & Crutcher LLP, somente entre 2017 e 2019, o governo dos EUA imp?s mais de 3.200 san??es a entidades e indivíduos estrangeiros. Esses países incluem o Ir?, Cuba e Venezuela, já há muito alvo de censuras.

Pode aduzir-se que os Estados Unidos s?o a maior amea?a à seguran?a da economia global.

Em junho deste ano, o presidente iraniano Hassan Rouhani afirmou que o Ir? está atravessando o seu ano mais difícil devido às san??es e à pandemia de Covid-19. Os Estados Unidos se recusaram a interromper as san??es, mesmo quando o PIB do Ir? caiu em 27%. O presidente americano Trump também n?o está disposto a remover a máscara da hipocrisia, alegando que "espero que o Ir? se torne um grande país".

Além do Ir?, os EUA imp?em san??es a Cuba há 60 anos, o que fez com que a economia deste país n?o tenha conseguido se integrar no mundo e seu desenvolvimento seja comprometido. A Venezuela também está sofrendo com as san??es americanas.

Enquanto imp?em as san??es a países "hostis" como o Ir? e a Venezuela, os "tentáculos da jurisdi??o" dos EUA nunca abandonaram a mentalidade de hegemonia global. A Alstom, uma famosa empresa industrial da Fran?a, foi "desmembrada" pelos Estados Unidos. No século passado, o Jap?o também foi suprimido durante o famoso "Incidente Toshiba". Ao longo dos anos, vários países foram alvo dos tentáculos americanos, sendo que as perdas s?o do conhecimento geral.

Nos últimos anos, os EUA têm expandido o escopo da sua influência para abranger delitos civis, investimentos financeiros, controle de exporta??es, seguran?a de redes, entre outros, exigindo que entidades ou indivíduos de países terceiros obede?am às leis americanas em assuntos internacionais, sob pena de serem sancionados a qualquer momento.

Os Estados Unidos abusam arbitrariamente dessa influência e colocam seus próprios interesses acima dos outros países, prejudicando as normas internacionais de igualdade soberana das na??es e pondo em risco a estabilidade e a seguran?a das cadeias de fornecimento e de valor globais.

Além da “diplomacia sancionatória", os EUA imp?em também “medidas tarifárias”: mantêm uma tarifa de 15% em aeronaves civis do grupo francês Airbus; tarifas de 10% sobre alguns produtos de alumínio exportados do Canadá para o país; aplicam san??es a duas empresas dos Emirados árabes Unidos por apoiarem companhias aéreas iranianas e congelam seus ativos nos EUA...

Os Estados Unidos imp?em tarifas para interferir no comércio de importa??es e exporta??es, chantageiam outros países por intermédio da sua hegemonia financeira, controlam fluxos de capital, congelam ativos e reservas de moeda estrangeira no país, prejudicando seriamente o desenvolvimento da economia e do comércio mundiais.

De acordo com o relatório trimestral do "Global Trade Update", divulgado pela Conferência das Na??es Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, o volume do comércio global caiu em 5% no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado.

A economia dos EUA representa cerca de um quarto do PIB global, e qualquer a??o econ?mica do país faz agitar ondas na economia mundial. Hoje em dia, a enorme dívida dos Estados Unidos ultrapassou a escala de sua economia, o que n?o só lan?a uma sombra sobre as perspetivas da economia americana, mas também se torna um dos fatores que amea?a a estabilidade da economia mundial.

O que é mais preocupante é que a epidemia de Covid-19 nos Estados Unidos n?o foi devidamente controlada, com mais de 9 milh?es de casos confirmados e mais de 230.000 mortes. A perda de empregos provocada pela epidemia levará à redu??o dos gastos dos consumidores, o que originará a queda de importa??es e, por sua vez, terá um impacto negativo na economia mundial. Mesmo sendo esse o caso, o chefe de gabinete da Casa Branca afirmou que "n?o vamos controlar a epidemia", mas optamos por esperar por vacinas e outros tratamentos. Essas declara??es irresponsáveis perante os próprios cidad?os e o mundo s?o chocantes.

A economia mundial deve ser mutuamente benéfica e uma coopera??o ganha-ganha. Os Estados Unidos provocaram atritos econ?micos e comerciais internacionais com seu domínio comercial, infringiram os interesses de outros países com o seu unilateralismo e hegemonia, causando grande perdas econ?micas e colocando em risco a economia global.