O ex-governador de S?o Paulo, Geraldo Alckmin, apontado como futuro candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), se filiou nesta quarta-feira ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
A migra??o de Alckmin para o PSB, depois de 33 anos como uma das principais figuras do Partido da Social Democracia Brasileira, consolida uma série de negocia??es iniciadas no final do ano passado, quando a possibilidade do ex-governador paulista (2001-2006 e 2011-2018) vir a ser vice de Lula passou a ser comentada.
Principal candidato da oposi??o para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), que buscará a reelei??o em outubro deste ano, Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), lidera com folga a disputa em todas as pesquisas de opini?o realizadas até o momento.
Em entrevista à imprensa, após a cerim?nia de filia??o realizada em Brasília, Alckmin n?o confirmou a candidatura a vice, mas elogiou Lula, ao afirmar que ele "é hoje o que melhor reflete, interpreta, o sentimento de esperan?a do povo brasileiro. Aliás, ele representa a própria democracia, porque ele é fruto da democracia. N?o chegaria lá, do ber?o humilde, se n?o fosse o processo democrático".
Como candidato presidencial do PSDB nas elei??es de 2007, Alckmin foi derrotado por Lula no segundo turno, quando o petista se reelegeu. Voltou a se candidatar em 2018, quando ficou em quarto lugar, atrás de Jair Bolsonaro, Fernando Haddad, do PT e Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista.
Perguntado sobre a uni?o com o antigo adversário, Alckmin afirmou que ele e Lula tiveram sempre uma rivalidade nos limites da democracia.
"Alguns podem estranhar. Eu disputei com o presidente Lula a elei??o em 2006 e fomos para o segundo turno, mas nunca colocamos em risco a quest?o democrática, nunca. O debate era de outro nível, nunca se questionou a democracia", ressaltou.
O ex-governador de S?o Paulo acrescentou que enfrentamentos políticos em elei??es s?o normais e que é necessário olhar para o futuro.
"Podem ocorrer tanto divergências como convergências. Fui governador com o presidente Lula, com a presidente Dilma (Rousseff), com o prefeito da capital paulista (Haddad) do PT e sempre tivemos um clima de coopera??o. A política n?o pode ser feita olhando-se pelo retrovisor, mas com a vista posta no futuro".
"O que todo mundo quer é que a economia cres?a, que tenhamos empregos, renda, que a economia volte a funcionar plenamente e que a popula??o tenha uma melhor qualidade de vida. Esse é o desafio. Creio que é (necessário) consolidar o processo democrático, retomar a atividade econ?mica geradora de emprego e recuperar as políticas públicas", afirmou.
"Hoje demos um passo importante com a filia??o. Cerrou-se uma etapa. Agora vir?o as conversa??es dos partidos sobre vários temas, n?o apenas as elei??es presidenciais. Portanto, trata-se de um entendimento político", destacou.
"Conversarei com o presidente Lula. N?o há uma data fixada, Tampouco há pressa. O importante foi a defini??o do PSB, de grande responsabilidade e compromisso com o Brasil, nesse momento da vida brasileira, para apoiar o presidente Lula", ressaltou.