A China pede que o Jap?o leve a sério as preocupa??es legítimas de todas as partes e descarte a água contaminada pela usina nuclear de maneira científica, aberta, transparente e segura, disse o porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores, Wang Wenbin, na ter?a-feira.

Ele fez a observa??o em uma coletiva de imprensa ao comentar sobre a recente oposi??o do público japonês ao descarte da água no oceano no 12o aniversário do grande terremoto e tsunami que levou ao desastre nuclear de Fukushima no Jap?o.

Doze anos depois, o governo japonês, em vez de aprender a dolorosa li??o do acidente da usina nuclear de Fukushima Daiichi, está decidido a aprovar o plano de descarga no oceano em uma tentativa de transferir o risco de polui??o nuclear para toda a humanidade, assinalou Wang.

"Um país responsável nunca faria tal coisa e isso simplesmente vai contra as obriga??es internacionais que o Jap?o deve cumprir", apontou o porta-voz.

Segundo o diplomata, o Jap?o armazena mais de 1,3 milh?o de toneladas de água contaminada por energia nuclear em Fukushima, que contém mais de 60 radionuclídeos. Uma vez lan?ada no mar, a água contaminada será transportada através do oceano para todas as partes do mundo durante décadas, causando danos imensuráveis ao ambiente marinho e à saúde das pessoas.

Ele observou que a China e a Rússia deram ao Jap?o uma lista conjunta de quest?es técnicas duas vezes, mas ainda n?o receberam uma resposta adequada e convincente.

A socióloga neozelandesa Karly Burch, da Universidade de Auckland, observou que "a popula??o do Pacífico tem direito fundamental a um ambiente limpo, saudável e sustentável. Ao prosseguir com este plano de descarregar águas residuais radioativas... o governo japonês está mostrando desrespeito direto à soberania e autodetermina??o da popula??o do Pacífico". O Fórum das Ilhas do Pacífico observou que os dados de teste da Tokyo Electric Power Company da água contaminada nuclear n?o podem ser usados como base para a descarga e exigiu que o Jap?o atrase o plano de descarte no oceano, de acordo com Wang.

Como comentou a mídia japonesa, o país optou por um atalho que coloca o interesse econ?mico acima de tudo, sem ter discuss?es científicas e profissionais suficientes e comunica??o total com o público, frisou Wang.

O oficial chinês salientou que a federa??o nacional de cooperativas de pesca do Jap?o e outras organiza??es n?o-governamentais criticaram fortemente a viola??o do governo japonês de sua promessa e o desrespeito aos interesses dos pescadores. Eles disseram que, em vez de obter a compreens?o do público, o governo japonês reiniciou de pressa as usinas nucleares e acelerou a constru??o das instala??es para descarte no oceano. Tal forma imprudente e arbitrária tem levado a maiores preocupa??es e medos entre as pessoas.

De acordo com uma pesquisa, mais de 43% das pessoas no Jap?o s?o contra a descarga oceanica e mais de 90% acreditam que esse movimento levará a efeitos negativos. "Se o governo japonês n?o consegue convencer seu próprio povo, como pode esperar a confian?a da comunidade internacional?" Questionou Wang.

Embora o governo japonês continue repetindo sua promessa de que a descarga no oceano n?o será realizada sem a compreens?o das partes interessadas, ele se faz de surdo às preocupa??es legítimas e justificadas da comunidade internacional e do povo japonês e aprovou a plano de descarga oceanica, declarando que terá início na primavera e no ver?o deste ano e n?o poderá ser adiado por mais tempo, acusou o diplomata.

"A inconsistência entre o que o Jap?o disse e fez n?o mostra sinceridade ao abordar as preocupa??es das partes interessadas", acrescentou.

Wang explicou que o descarte da água contaminada pela usina nuclear de Fukushima n?o é um assunto interno do Jap?o, mas uma quest?o importante que afeta o ambiente marinho e a saúde pública.

"Pedimos ao Jap?o que leve a sério as preocupa??es legítimas de todas as partes, cumpra sinceramente suas obriga??es internacionais, coloque-se sob o monitoramento estrito da comunidade internacional e descarte a água contaminada de maneira científica, aberta, transparente e segura, incluindo a avalia??o de alternativas à descarga oceanica," apelou o porta-voz.

O Jap?o n?o deve come?ar a descarregar a água contaminada radioativa no oceano antes de chegar a um consenso por meio de consultas completas com os países vizinhos e outras partes interessadas, bem como com as agências internacionais relevantes, finalizou Wang.