Após a t?o esperada cúpula entre o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo norte-americano, Joe Biden, na semana passada, há um otimismo crescente de que o aumento da comunica??o, do diálogo e da consulta entre as duas maiores economias do mundo fortalecerá a coopera??o, alinhará interesses comuns e acrescentará a certeza t?o necessária ao cenário global em evolu??o.
A coopera??o econ?mica e comercial bilateral, vista há muito tempo como a for?a estabilizadora e o fator impulsionador das rela??es entre a China e os EUA, está entre as primeiras a experimentar um degelo, já que uma série de diálogos e intercambios a esse respeito enviou um sinal positivo para ambos os lados e para a economia global.
TEMA DOS DIáLOGOS
Um dos principais consensos alcan?ados entre a China e os Estados Unidos durante a reuni?o de cúpula de S?o Francisco é que os dois lados decidiram intensificar as intera??es de alto nível e concordaram em iniciar consultas sobre a extens?o do Acordo de Coopera??o em Ciência e Tecnologia entre ambos e sobre a retomada do Comitê Conjunto de Coopera??o em Agricultura.
Em vez de buscar a "dissocia??o" econ?mica, os dois lados saudaram o desenvolvimento de rela??es econ?micas sólidas, conforme as principais autoridades econ?micas chinesas e americanas.
A China e os Estados Unidos concordaram em melhorar a comunica??o, buscar consensos, gerenciar disputas e evitar mal-entendidos que possam levar a uma escalada n?o intencional, observou o vice-ministro das Finan?as da China, Liao Min, citando conversas entre o vice-premiê chinês, He Lifeng, e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, antes da cúpula.
"A rela??o econ?mica entre a China e os EUA tem raízes nos interesses comuns dos dois países no campo econ?mico", afirmou Liao à mídia depois que He e Yellen concluíram várias rodadas de conversas em S?o Francisco.
Os ministros do Comércio da China e dos EUA também se reuniram à margem da 30a Reuni?o de Líderes Econ?micos da APEC. Foi a primeira conversa em nível ministerial depois que um novo mecanismo de comunica??o foi anunciado quando a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, visitou a China em agosto.
Enquanto ambos os governos concordaram em intensificar os intercambios em áreas relevantes, os dois lados mantiveram trocas aprofundadas sobre quest?es de seguran?a nacional relacionadas ao campo econ?mico.
é muito importante ter essas discuss?es, avaliou o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, na reuni?o, pois o exagero e a politiza??o do conceito de seguran?a nacional afetariam as atividades regulares de comércio e investimento.
COMPROMISSO CONSTRUTIVO
Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, saudou a cúpula Xi-Biden como "um compromisso construtivo".
"Isso envia um sinal extremamente importante de que a coopera??o pode trazer benefícios para todos", apontou ela em seu discurso de abertura na Reuni?o de Líderes Econ?micos da APEC na sexta-feira, expressando apre?o de uma perspectiva econ?mica global.
O círculo empresarial ecoou um sentimento semelhante. A Camara Americana de Comércio em Shanghai (AmCham Shanghai), também classificou as negocia??es como "um sinal positivo" em comunicado após a cúpula, observando que "os dois países est?o comprometidos em gerenciar a rela??o geopolítica mais importante do mundo".
"Uma rela??o estável entre EUA e China também é crucial para aumentar a confian?a das empresas americanas na China e beneficiará o povo americano", analisou a AmCham Shanghai.
Na sexta Exposi??o Internacional de Importa??o da China, realizada em Shanghai no início deste mês, acordos no valor de US$ 505 milh?es foram assinados pelos expositores que participaram do Pavilh?o Americano de Alimentos e Agricultura.
O pavilh?o, organizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e pela AmCham Shanghai, marca a primeira participa??o do governo dos EUA na exposi??o em seis anos.
O comércio agrícola robusto reflete a forte resiliência do comércio entre a China e os EUA, que n?o foi prejudicado por disputas comerciais ou pela pandemia nos últimos anos. Em 2022, o comércio bilateral atingiu um recorde de quase US$ 760 bilh?es, segundo dados oficiais chineses.
Além dos esfor?os para melhorar as rela??es, a China e os Estados Unidos, que juntos respondem por mais de um ter?o da economia mundial, também concordaram em dar as m?os contra desafios comuns relacionados ao crescimento econ?mico, estabilidade financeira e regulamenta??o, de acordo com o vice-ministro Liao.
Os dois países também cooperar?o em quest?es econ?micas relacionadas ao clima e às quest?es de dívida de economias emergentes e de baixa renda, fortalecer?o a estrutura financeira internacional e promover?o a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento para torná-los melhores, maiores e mais eficazes.
No entanto, o lado chinês também enfatizou a necessidade de manter a igualdade e o respeito mútuo na futura coopera??o bilateral.
"As rela??es econ?micas e comerciais entre a China e os Estados Unidos realmente sustentar?o um desenvolvimento estável somente quando as preocupa??es legítimas de ambos os lados forem devidamente atendidas", disse Liao na coletiva de imprensa.