Editorial do jornal China Daily, publicado a 28 de novembro
Crian?as e pais aguardam no departamento de pediatria do Hospital Guang'anmen, em Beijing, no domingo. [Foto de Du Lianyi/China Daily]
Relatórios divulgados pelo Centro Nacional de Gripe indicam que, nas últimas semanas, a incidência de casos de gripe na China tem aumentado continuamente.
Na semana passada, a Comiss?o Nacional de Saúde instou as localidades relevantes a refor?ar o planeamento geral e a implementar um sistema hierárquico de diagnóstico e tratamento.
Recomenda-se que as crian?as com sintomas ligeiros de infe??o do sistema respiratório ou pneumonia procurem primeiro clínicas de base a nível comunitário para tratamento, a fim de reduzirem a afluência aos principais hospitais. Os pais devem tomar as devidas precau??es face ao risco elevado de infe??es cruzadas em hospitais que est?o atualmente sob forte demanda.
O fato de serem necessárias mais de 24 horas para consultar um pediatra após o registo hospitalar em algumas cidades, deve levar as autoridades centrais a aumentar a sua contribui??o para os departamentos pediátricos.
No contexto do abrandamento da taxa de natalidade nos últimos anos, a escassez de quadros pediátricos em todo o país acaba por ser facilmente ignorada.
Devido à grande carga de trabalho e ao estatuto comparativamente inferior dos pediatras no sistema hierárquico dos quadros médicos do país, no qual oncologistas, ortopedistas, cardiologistas, oftalmologistas e estomatologistas s?o geralmente tidos em maior considera??o, poucos estudantes de medicina demonstram interesse em se formar em pediatria.
A escassez de pediatras coexiste com a relutancia dos hospitais em investir em departamentos pediátricos, pois n?o consideram que os últimos contribuam para o aumento global de receitas.
Em compara??o com os adultos, as crian?as têm menos resistência contra doen?as e s?o mais propensas a necessitar de tratamento médico intensivo durante as épocas em que as doen?as infecciosas s?o mais prevalentes. Os recursos médicos pediátricos devem ser ajustados de forma dinamica e em tempo real.
O governo precisa, portanto, de aumentar seus subsídios aos hospitais para que estes possam expandir os seus departamentos pediátricos. Os servi?os médicos pediátricos básicos devem ser considerados um bem público essencial.
O aumento da oferta de recursos médicos para as crian?as deveria, sem dúvida, ser parte integrante dos esfor?os do governo para incentivar os partos e aliviar os encargos com os cuidados infantis.