Rio de Janeiro, 8 nov (Xinhua) -- O G20 Social, cúpula que precederá a reuni?o do G20 no Rio de Janeiro, proporá em seu texto final um imposto global sobre os super-ricos de 2%, o que afetaria apenas cerca de 3.000 bilionários em todo o planeta que possuem cerca de US$15 trilh?es em ativos, conforme anunciou hoje o governo brasileiro.

Em entrevista concedida ao programa 'Bom dia, Ministro', o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, explicou que, pela proposta, a renda seria usada para combater a fome e a pobreza e também para enfrentar as mudan?as do clima.

Macêdo destacou a importancia da participa??o da sociedade civil nos debates da cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 deste mês, no Rio de Janeiro, e ressaltou que a decis?o do Brasil de criar uma terceira via para o grupo, o G20 Social, é uma forma de ouvir os anseios da sociedade sobre os temas debatidos por chefes de estado, ministros e outras autoridades.

"Os chefes de Estado v?o definir políticas públicas que v?o afetar todas as popula??es do mundo e a popula??o n?o participa neste processo?", questionou Macêdo. "Ent?o o G20 Social diz: venha, para que a popula??o possa contribuir com esse processo", acrescentou.

O G20 Social foi criado por decis?o do Brasil, que detém a presidência rotativa do grupo. A Cúpula Social do G20 será realizada de 14 a 16 de novembro no Rio de Janeiro e antecede o encontro dos líderes das maiores economias do mundo, que acontecerá nos dias 18 e 19. A inten??o é aumentar a participa??o dos atores n?o governamentais nas atividades e processos de tomada de decis?o do grupo.

"O presidente Lula está convocando o povo a participar desse processo. A grande imagem do G20 será a participa??o social. Será um ambiente muito rico de pluralidade", afirmou o ministro.

Segundo Macêdo, os debates girar?o em torno de três grandes temas: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento sustentável (incluindo o debate sobre as altera??es climáticas e uma transi??o energética justa) e a reforma da governan?a global.

Est?o previstas mais de 200 atividades autogeridas que reunir?o as diferentes vozes, lutas e demandas das popula??es e dos atores n?o governamentais. Além disso, haverá um espa?o no qual 150 barracas far?o parte da programa??o com produtos como alimenta??o, artesanato, publica??es e servi?os.

Segundo o ministro, as contribui??es da sociedade civil formar?o um documento síntese a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o levará à reuni?o do G20 com líderes mundiais.

"Ao final haverá um documento síntese com a vis?o do povo e do movimento social organizado que será entregue ao presidente Lula e depois enviado aos chefes de estado do G20 sobre os temas propostos no G20", explicou, destacando que a inten??o é que essas contribui??es sejam incorporadas à Declara??o dos Líderes da Cúpula.

Durante a entrevista, Macêdo revelou ainda que o G20 Social permanecerá na próxima cúpula do grupo, que acontecerá na áfrica do Sul em 2025. "Nosso desejo, nossa esperan?a é que o G20 n?o se repita sem a participa??o do povo", concluiu.