O governo brasileiro elogiou na ter?a-feira a iniciativa do Senado de levar adiante o chamado "Projeto de Lei da Reciprocidade" para aplicar tarifas aos Estados Unidos, embora tenha reafirmado que o caminho para a política tarifária do governo norte-americano deve ser de negocia??o e complementaridade econ?mica.

Em declara??o à imprensa, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Servi?os do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmou que "ter um marco legal é positivo. Elogio a iniciativa do Congresso Nacional, no caso o Senado, que busca preservar os interesses do Brasil. Mas devo dizer que o caminho a seguir é o diálogo e a busca pela complementaridade econ?mica. Além disso, poderíamos até avan?ar em outras parcerias."

A Comiss?o de Assuntos Econ?micos (CAE) do Senado Federal aprovou nesta ter?a-feira projeto de lei que permite ao Brasil adotar reciprocidade tarifária e ambiental no comércio com outros países. O texto foi aprovado por 16 votos a favor e nenhum contra. Caso nenhum senador solicite sua aprecia??o no plenário, o assunto irá diretamente para a Camara dos Deputados, em regime de urgência.

O projeto de lei autoriza a reciprocidade para todos os países com os quais o Brasil faz comércio, mas ganhou for?a após as últimas medidas do presidente dos EUA, Donald Trump, que aumentou o imposto de importa??o de a?o e alumínio brasileiros para 25% e anunciou que, a partir de 2 de abril, come?ou a impor novos impostos sobre produtos importados, conhecidos como "tarifas recíprocas".

Alckmin reiterou a disposi??o do governo brasileiro em dialogar e enfatizou que o país n?o representa problema para os Estados Unidos, que mantêm superávit comercial com o Brasil.

O ministro também mencionou a isen??o aplicada aos produtos importados dos EUA e os 200 anos de rela??es diplomáticas entre as duas na??es.

"Dos 10 produtos mais exportados para o Brasil, oito s?o isentos, ou seja, n?o pagam impostos de importa??o. Além disso, a tarifa média final sobre todos os produtos e servi?os é de 2,7%. Ent?o, o Brasil n?o é um problema para os Estados Unidos. A tarifa de 25% sobre a?o e alumínio n?o foi direcionada ao Brasil, mas ao mundo inteiro", explicou.

Segundo Alckmin, a posi??o do governo brasileiro é de diálogo e busca por maior expans?o do comércio exterior. "O comércio deve ser um cenário ganha-ganha, n?o um jogo de retalia??o. O Brasil quer expandir seu comércio em uma rela??o recíproca baseada na competitividade", concluiu.