Manifestantes criticam demonstra??o militar de US$ 45 milh?es em meio à indigna??o com cortes em programas sociais.
Um policial entra em confronto com um manifestante idoso durante um protesto do Dia "Sem Reis" em Los Angeles no sábado. (Foto: ChinaDaily)
Manifestantes entoando canticos lotaram as ruas dos Estados Unidos desde a manh? de sábado para o Dia "Sem Reis", protestando contra o governo em diversas áreas políticas.
Enquanto o governo Donald Trump realiza cortes de verbas para agências federais, o governo gastou entre US$ 25 milh?es e US$ 45 milh?es num desfile militar em Washington no sábado (14), marcando o 250o aniversário do Exército dos EUA. O evento, que coincidiu com o 79o aniversário de Trump, contou com quase 6.600 soldados, tanques, veículos blindados e helicópteros.
As manifesta??es se espalharam em ondas ao longo do dia, da capital às principais cidades, incluindo Nova York, Los Angeles, Houston e Chicago.
Cerca de 2.000 protestos ocorreram nos EUA — e em países como México, América do Sul e Europa — para combater Trump e seu governo, enquanto um desfile militar marchava por Washington.
"Na América, n?o aceitamos reis", dizia o site "No Kings", administrado pelos organizadores em conjunto com uma coaliz?o de cerca de 100 grupos que organizaram o protesto nacional.
"Eles desafiaram nossos tribunais, deportaram americanos, fizeram pessoas desaparecerem das ruas, atacaram nossos direitos civis e cortaram nossos servi?os. A corrup??o foi longe demais. Sem tronos. Sem coroas. Sem reis", afirmava o site.
A presen?a policial e os protocolos de seguran?a foram refor?ados em todo o país. No Texas, o governador Greg Abbott mobilizou a Guarda Nacional do estado antes do Dia "No Kings" e em resposta aos protestos contínuos contra a agenda imigratória de Trump.
Na Flórida, o governador Ron DeSantis gerou rea??es negativas após afirmar que motoristas poderiam legalmente atropelar manifestantes se cercados — um comentário que, segundo os críticos, incentiva a violência contra os manifestantes.
"Eles poderiam ter usado esse dinheiro para me manter empregada ou algo assim", disse Blair Retnauer, moradora da regi?o do Distrito de Columbia, Maryland e Virgínia, ao China Daily. "Por que US$ 45 milh?es v?o para um desfile? Há muito mais desempregados agora que precisam disso."
Retnauer disse que o Departamento de Eficiência Governamental encerrou recentemente seu contrato como designer gráfica na Diretoria de Ciência e Tecnologia do Departamento de Seguran?a Interna.
Beverly Howard, de Fairfax, Virgínia, que se juntou ao protesto "No Kings", afirmou: "Eu me importo com a nossa liberdade. Eu me importo com os imigrantes e com as pessoas. Famílias est?o sendo separadas e arrancadas de suas casas. Crian?as est?o sendo deixadas sem os pais. Esta é a pior crueldade que já enfrentamos."
Pedro Gonzalez, advogado de imigra??o na Virgínia do Norte, disse que decidiu participar do protesto — seu primeiro protesto — em resposta ao que ele vê como a repress?o do atual governo às políticas de imigra??o.
"Isso realmente machuca muita gente. Isso realmente assusta muita gente. Quase todo mundo, de uma forma ou de outra, é imigrante, conhece um imigrante ou tem familiares que foram imigrantes. Esse é o maior problema para mim."
Ele acrescentou que as a??es do governo afetaram pessoas sem cidadania em diferentes níveis, enquanto sua política de fronteiras também o incomodava.
"Para mim, é simplesmente má governan?a. Quaisquer cortes em redes de seguridade social como Medicare, Medicaid ou Previdência Social, ou dar mais benefícios a corpora??es ricas — isso n?o ajuda as pessoas. Vai me prejudicar, vai prejudicar a todos. Esse é o grande motivador para mim."
Na regi?o de Nova York, manifesta??es foram planejadas no Bryant Park e na Universidade Columbia, em Manhattan, entre outros locais em outros distritos e em Nova Jersey, bem como nos subúrbios ao norte.
Alguns protestos de pequena escala contra o governo Trump já est?o ocorrendo desde que as tropas nacionais entraram em Los Angeles. Durante a semana passada, cerca de 120 pessoas foram presas em Nova York.