O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, afirmou na ter?a-feira que o país está trabalhando para consolidar sua posi??o como um dos principais polos produtores de vacinas baseadas na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), com o apoio de institui??es nacionais e em coopera??o com os países do BRICS.
Durante coletiva de imprensa realizada paralelamente à 15a Reuni?o de Ministros da Saúde do BRICS, que ocorreu em Brasília, Padilha destacou que essas vacinas, inicialmente desenvolvidas para uso humano durante a pandemia da COVID-19, demonstraram grande eficácia e rápida adapta??o a novos patógenos.
O ministro enfatizou a importancia das parcerias que o Brasil estabeleceu com institui??es científicas como a Funda??o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento desta nova plataforma tecnológica.
Ele também mencionou que o Brasil mantém acordos estratégicos com os países do BRICS, em especial a China, para impulsionar a produ??o de vacinas de mRNA. "Durante a visita do presidente Lula à China, foi firmada uma parceria estratégica com empresas produtoras de vacinas, que refor?am essa coopera??o", indicou.
O ministro também criticou as recentes decis?es do governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump, de cancelar contratos previamente assinados para a produ??o de vacinas, incluindo aquelas que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro.
"Acho um absurdo ver o atual presidente dos Estados Unidos e seu governo cancelarem contratos previamente assinados, rompendo acordos para o desenvolvimento e a produ??o de vacinas de mRNA", disse Padilha. Segundo ele, também foram registrados cortes or?amentários para universidades americanas que pesquisam esse tipo de vacina.
"Nós estamos vendo esse movimento nos Estados Unidos. Mas, aqui, o BRICS construiu um outro movimento, do qual o Brasil faz parte, que é apostar na ciência, investir no desenvolvimento dessas plataformas de vacina, e colocar recursos próprios", disse.
Padilha concluiu afirmando que o Brasil está determinado a assumir um papel de lideran?a na produ??o de vacinas inovadoras, impulsionado por sua colabora??o com os países dos BRICS. "O Brasil quer ocupar esse espa?o nas novas plataformas de vacinas e conseguirá isso gra?as também a essa coopera??o internacional", afirmou.
Conforme explicado pelo Ministério da Saúde do Brasil, as vacinas de RNA mensageiro funcionam ensinando as células do corpo a produzir uma proteína específica, que desencadeia uma resposta imunológica. Uma vez concluído esse processo, o RNA mensageiro é eliminado naturalmente do corpo.
O Ministério da Saúde enfatizou que esse tipo de vacina n?o altera o DNA humano, n?o afeta o sistema reprodutivo nem interfere nos processos naturais do corpo, além de fortalecer o sistema imunológico.
O governo brasileiro acredita que o investimento nessa tecnologia é fundamental para melhorar a prepara??o para futuras pandemias, garantir a autonomia sanitária do país e fortalecer a coopera??o Sul-Sul dentro do BRICS.