O Brasil está se voltando para a China e outros mercados asiáticos, buscando proteger sua poderosa indústria de exporta??o de carne bovina contra o impacto do aumento da tarifa dos Estados Unidos, que entrará em vigor em agosto.
Os EUA anunciaram no início de julho que impor?o uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira a partir de 1o de agosto, o que elevaria a tarifa total para 76%. A medida provocou rea??es imediatas no Brasil com um consenso crescente de que diversificar as exporta??es para outros mercados é agora uma necessidade estratégica.
Novas remessas est?o sendo analisadas pelo setor devido ao aumento da tarifa, disse Roberto Perosa, presidente da Associa??o Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em declara??es à mídia local em meados de julho. A nova medida torna as exporta??es para os EUA inviáveis e alguns produtores já suspenderam a produ??o destinada aos EUA, acrescentou ele.
Enquanto isso, os produtores est?o se esfor?ando para fornecer mais carne bovina para a China, o Sudeste Asiático e o Oriente Médio - regi?es onde a carne brasileira já detém uma participa??o de mercado.
A China é de longe o maior cliente de carne bovina do Brasil. Em 2024, o Brasil exportou cerca de 1,3 milh?o de toneladas de carne bovina para a China, no valor aproximado de US$ 6 bilh?es, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Brasil.
O futuro do mercado de carne bovina brasileira é na ásia e n?o nos EUA, disse Javier Vadell, professor de rela??es internacionais e presidente do departamento de China Contemporanea, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Vadell observou que o mercado chinês tem grandes margens. Os exportadores brasileiros também enfatizaram que a estrutura da demanda na China é especialmente atraente.
A indústria de carne bovina do Brasil, que atingiu volumes recordes de exporta??o em 2023, é considerada um pilar da economia de exporta??o agrícola do país. A nova tarifa dos EUA pode amea?ar, ou mesmo prejudicar, esse impulso.
Independentemente de se concretizarem ou n?o, as amea?as dos EUA resultaram em uma situa??o de completa incerteza, impulsionando países como o Brasil a buscar outros parceiros que respeitem as regras, segundo especialistas.
