Líderes europeus enfatizaram no fim de semana que qualquer solu??o diplomática para a crise na Ucrania deve proteger os interesses vitais de seguran?a tanto da Ucrania quanto da Europa, após o anúncio da cúpula Rússia-EUA no Alasca esta semana.
Líderes europeus afirmaram que os interesses vitais incluem a necessidade de garantias de seguran?a robustas e confiáveis que permitam à Ucrania defender efetivamente sua soberania e integridade territorial, em uma declara??o conjunta feita na noite de sábado (9).
Negocia??es significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou redu??o das hostilidades, de acordo com a declara??o feita por líderes franceses, italianos, alem?es, poloneses, britanicos e finlandeses e pelo presidente da Comiss?o Europeia.
Eles saudaram os esfor?os para garantir a paz na Ucrania e prometeram apoio diplomático europeu contínuo, juntamente com "apoio militar e financeiro substancial" à Ucrania por meio da "coaliz?o dos dispostos".
"O caminho para a paz na Ucrania n?o pode ser decidido sem a Ucrania", disseram.
Autoridades europeias e ucranianas se encontraram com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, na Inglaterra, para discutir como encerrar o conflito que já dura mais de três anos.
A reuni?o ocorreu em meio ao encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump, que se reunir?o no Alasca em 15 de agosto para discutir um possível cessar-fogo na Ucrania.
Trump anunciou o encontro por meio de sua plataforma Truth Social na sexta-feira (8), afirmando: "Vou me encontrar com Vladimir Putin no Alasca na próxima semana — grandes coisas est?o em pauta!"
O assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, confirmou os detalhes horas depois, observando que as negocia??es se concentrariam numa "solu??o pacífica de longo prazo para a Ucrania".
Em comentários na sexta-feira, Trump insinuou possíveis trocas de terras entre a Ucrania e a Rússia, dizendo: "Na verdade, vamos retomar algumas terras e trocar algumas... Haverá ajustes territoriais benéficos para ambos os lados."
No início da semana passada, o Kremlin reiterou as exigências de que a Ucrania cedesse territórios, desistisse de sua tentativa de ingressar na OTAN e aceitasse limites militares, em troca da retirada das tropas russas do restante do país.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que a Ucrania n?o entregará terras para comprar a paz. "Qualquer decis?o contra nós, qualquer decis?o sem a Ucrania, também é uma decis?o contra a paz", avaliou ele nas redes sociais.
Três rodadas de negocia??es entre a Rússia e a Ucrania neste ano foram infrutíferas.
O próximo encontro entre os dois líderes será a primeira cúpula EUA-Rússia desde 2021, quando o ex-presidente americano Joe Biden se encontrou com Putin na Suí?a.
A decis?o de se reunir no Alasca — onde a Rússia e os EUA est?o separados por cerca de 85 quil?metros pelo Estreito de Bering — carrega um profundo peso histórico, pois foi vendido aos EUA em 1867.
O Kremlin disse que a escolha era "lógica" porque o estado próximo ao ártico fica na fronteira entre os dois países, e é aqui que seus "interesses econ?micos se cruzam".
O governador do Alasca, Mike Dunleavy, saudou o evento, chamando o estado de "uma ponte entre as na??es".
Moscou também convidou Trump para uma visita recíproca à Rússia posteriormente.
Apesar dos esfor?os diplomáticos, Rússia e Ucrania continuaram a lan?ar dezenas de drones sobre as posi??es uma da outra numa troca de ataques durante o fim de semana.
Um ?nibus que transportava civis foi atingido na cidade de Kherson, matando duas pessoas e ferindo 16.
O exército russo alegou ter tomado Yablonovka, outra vila na regi?o de Donetsk.
A mídia ucraniana noticiou que uma refinaria de petróleo na cidade de Saratov, o centro administrativo da regi?o, estava em chamas após um ataque de drone.