Quando Amanda Gallegos chegou a Shanghai no ano passado para participar da Exposi??o Internacional de Importa??o da China (CIIE), ela estava ansiosa com o destino de suas seis malas cheias de cereais andinos feitos de quinoa e amaranto, apenas para vê-las inesperadamente se tornarem um sucesso na exposi??o.

Impulsionada pela resposta e confiante no vasto mercado da China, ela voltou este ano com um grande contêiner de lanches saudáveis com vários sabores de sua empresa IncaSur, atendendo ao crescente apetite chinês por alimentos naturais, com baixo teor de a?úcar e alto teor de proteína.

Gallegos, CEO da IncaSur, explicou que todos os ingredientes dos alimentos exibidos s?o cultivados por agricultores familiares peruanos que vivem a mais de 3.500 metros de altura nos Andes, que herdaram as tradi??es agrícolas da civiliza??o inca ao longo de gera??es.

"A mudan?a de seis malas para um contêiner significa n?o apenas o crescimento da minha empresa, mas também a coopera??o mais estreita entre o Peru e a China", disse ela, observando que essa coopera??o comercial também serve como um intercambio de cultura e tradi??o.

Enquanto isso, o Porto de Chancay acelerou e simplificou a coopera??o bilateral, servindo como um projeto emblemático do Cintur?o e Rota entre a China e o Peru, que reduziu a viagem marítima de mais de um mês para cerca de 23 dias, cortando os custos de transporte em pelo menos 20%.

De acordo com as últimas estatísticas da Alfandega de Shanghai , a rota marítima "Chancay-Shanghai" movimentou 154 mil toneladas de carga de importa??o e exporta??o avaliadas em 3,97 bilh?es de yuans (US$ 560,45 milh?es) durante os três primeiros trimestres deste ano, alimentando um aumento anual de 56,9% no comércio de Shanghai com o Peru, para 13,42 bilh?es de yuans.

A chegada da primeira remessa de produtos de exposi??o para a 8a CIIE no Porto de Yangshan, em Shanghai, no mês passado, marcou a primeira vez que mercadorias da exposi??o foram transportadas por essa rota desde que o Porto de Chancay foi inaugurado no final de 2024.

O transporte mais rápido e os custos de transporte marítimo mais baixos tornaram as empresas peruanas mais competitivas na China, disse Gallegos, expressando gratid?o à CIIE, que ela descreveu como a melhor porta de entrada para o vasto mercado da segunda maior economia do mundo.

A plataforma digital fornecida pela CIIE permite que as empresas enviem inscri??es em tempo real e mantenham a intera??o online com os departamentos chineses relevantes, acelerando significativamente o processo de registro de produtos, disse ela.

Gra?as aos servi?os convenientes, a 8a CIIE atraiu mais de 200 expositores da América Latina, superando a participa??o do ano passado, segundo dados oficiais. Jairo Ruiz, gerente comercial da empresa de café colombiana Banexport, também sentiu a calorosa hospitalidade. Ao chegar a Shanghai, um funcionário da alfandega deu as boas-vindas pessoalmente à sua equipe e os guiou por um canal de libera??o prioritária designado para os expositores da CIIE.

"Este é o respeito da China por nós e nossos produtos", disse Ruiz, que participou da exposi??o de importa??o pela primeira vez e espera que o café de sua empresa ganhe grande popularidade.

A CIIE é uma janela muito importante para a Banexport, pois reúne pessoas da China e de muitos outros países interessadas em produtos de café, disse ele, enfatizando a importancia de os consumidores apreciarem o processo meticuloso que transforma os gr?os de café em uma bebida rica e saborosa.

Ruiz observou que sua empresa comprou equipamentos de produ??o de café da China, incluindo máquinas de classifica??o e plantas de secagem. "Queremos trazer nosso café para a China e produtos chineses de volta para a Col?mbia."

Um total de 29 empresas colombianas exibiram produtos como café, óleo vegetal, bebidas alcoólicas, chocolate e carne na exposi??o, atraindo longas filas de visitantes.

Jin Lin, vice-presidente da Federa??o de Empresários Chineses no Exterior de Shanghai, disse que a CIIE oferece uma grande plataforma para empresas latino-americanas, com seus artigos exibidos - particularmente produtos agrícolas e bebidas alcoólicas - ganhando popularidade entre os consumidores chineses.

Isso demonstra o crescimento da coopera??o econ?mica e comercial China-Peru, bem como o vasto potencial de consumo do mercado chinês, acrescentou Jin.

Falando na cerim?nia de abertura da 8a CIIE, a ministra do Comércio, Indústria e Turismo da Col?mbia, Diana Morales, descreveu a participa??o na exposi??o como "uma coopera??o baseada no entendimento e nos benefícios mútuos".

Este ano marca o 45o aniversário do estabelecimento das rela??es diplomáticas entre a China e a Col?mbia, e os dois países assinaram um plano de coopera??o para construir conjuntamente o Cintur?o Econ?mico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século XXI em maio.

A participa??o da Col?mbia na Iniciativa Cintur?o e Rota é um passo importante para avan?ar nas rela??es entre os dois países, disse Sergio Cabrera, embaixador da Col?mbia na China. A Col?mbia é um país convidado de honra da 8a CIIE.

"Estamos felizes em ver mais empresas colombianas buscando oportunidades na China, o que reflete que os consumidores chineses est?o cada vez mais dispostos a experimentar coisas novas", disse Oscar Felipe Rueda, diretor da ProColombia na China.

Segundo Rueda, a rela??o comercial bilateral tem um futuro promissor. "Os próximos anos s?o importantes para fortalecer as rela??es entre os dois países - n?o apenas nas exporta??es, mas também no investimento e no turismo. Quando a confian?a é aprimorada, as conquistas come?am a acontecer", disse ele.