Se na China os alunos mantinham na saula de aula um clima ordeiro, por ventura em demasia, em Portugal isso n?o se verifica – “A intera??o com os alunos portugueses é maior. Questionam constantemente a matéria dada. A curiosidade no estudo de uma língua é muitíssimo positiva... Há um espírito mais descontraído na sala… por vezes até demais... às vezes tenho mesmo que separar os alunos (entre risos)”.
De facto, após ter regressado da China e se ter deparado com um sistema de ensino onde a distancia entre o professor e aluno é distinta, o Sérgio teve que alterar a sua postura na sala de aula: “A distancia entre o professor e o aluno é muito mais curta do que na China. Se tivermos em conta o facto de eu ser um professor novo, mais ainda. Na China sempre fui tratado pelos alunos como qualquer outro professor.”
A curiosidade demonstrada pelos alunos portugueses insta-os a participar com mais frequência, algo que o docente insiste em frisar: “A língua chinesa é uma língua que fascina os alunos. Há uma curiosidade permanente durante as aulas. Quando escrevo um caracter, ou uma constru??o frásica… por ex, o ?所以?, em português ?por isso?, os alunos, depois de saberem como usar, perguntam-me qual a fun??o individual do caracter. Tenho de explicar-lhes que um caracter sozinho geralmente perde o significado que tem quando usado em combina??o com outros, como é o caso.”
O entusiasmo na sala de aula, para desilus?o do professor, n?o se mantém fora dela. A quest?o dos trabalhos de casa traduz este problema: “Por norma poucos alunos costumam entregar. Aplica-se um pouco a ?lei do menor esfor?o?… Há muito a norma de ?estudar para o teste? ao invés de um estudo contínuo que é necessário - e obrigatório - no estudo de uma língua. Este facilitismo de deixar tudo para a última da hora é uma das características que distingue o perfil dos estudantes chineses e portugueses.”
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