Arcelina Helena Públio Dias, jornalista e escritora - Crédito Arquivo Pessoal

Arcelina evita fazer compara??es do Brasil com a China, porém afirma que é possível levar li??es desse país milenar. Impressionada com a infraestrutura das cidades por onde passou - Lhasa, Hong Kong, Macau, Guangzhou, Shenzhen, Dalian, Qufu, Nanjing, Shanghai e Beijing, ela afirma que o projeto de moderniza??o governo chinês é algo que merece ser destacado. “Eles cumprem as promessas que fazem e isso leva à certa harmonia dentro do país”, avalia.

Ela também testemunhou obras para o desenvolvimento do Tibete, o trabalho de institui??es que cuidam de crian?as com deficiência, jovens chineses sendo voluntários, recém-ingressos nas universidades marchando no início das aulas (algo que substitui os trotes, muitas vezes violento, nas universidades brasileiras) e afirma que ensinar o jovem a cuidar do país é algo que contribui para a harmonia.

A polui??o encontrada em Beijing, por outro lado, é algo que pode ser considerado desarm?nico. No dia em que o smog na cidade atingiu o nível severamente poluído, um dia após sua chegada na cidade, ganhou uma máscara com filtro, mas dispensou o acessório por n?o se adaptar. Apesar de se incomodar com a névoa cinza que a impedia de ver os prédios no horizonte, reconhece que o governo tem feito esfor?os para melhorar a qualidade do ar fechando usinas de queima de carv?o.

A escritora, atenta às quest?es relacionadas aos mais pobres, história relatada em seus livros anteriores, afirma que a pobreza em algumas cidades como a capital, Shanghai e Hong Kong também d?o uma ideia do quanto a China também precisa avan?ar para tirar seus 70 milh?es de cidad?os abaixo da linha da pobreza. “Eu gostaria de ter ido para o campo, mas a língua foi uma barreira para avan?ar no meu projeto.”

Sua pesquisa ainda n?o terminou e ela pretende contar o que viu em uma narrativa em primeira pessoa em seu último livro da série obras escritas sobre os continentes visitados anteriormente, em um projeto que come?ou há 13 anos. Cada continente foi visitado em 100 dias. A obra seguirá os títulos “Perd?o, áfrica, Perd?o”, “Sinais de Esperan?a”, “Além do Silêncio” e “Memórias e Liberta??o”. Seu desejo agora é que a última obra possa ser traduzida para a língua com o maior número de falantes do mundo, o mandarim.