Paris, 3 mai (Xinhua) -- Milhares de franceses saíram às ruas em muitas cidades para marcar o tradicional Dia 1o de Maio, com alguns sindicatos fazendo do dia uma mobiliza??o nacional para impedir a Frente Nacional de extrema-direita de tomar o poder no dia 7 de maio.
O resultado do primeiro turno da elei??o mais incerta da Fran?a em 23 de abril enviou o novato centrista Emmanuel Macron e a candidata contra imigra??o à Europa, Marine Le Pen, para o segundo turno, uma disputa que abalou o meio político do país e quebrou os esfor?os para forjar uma frente republicana contra a extrema direita.
Para o Dia do Trabalho deste ano, os sindicatos franceses pediram protestos maci?os, mas com ordem dispersa. Em Paris, a CFDT e a Unsa organizaram uma manifesta??o pedindo um "voto republicano" contra Le Pen.
"Nós recusamos a ambiguidade. Absten??o é uma meia voz para (Marine) Le Pen, vamos votar (Emmanuel) Macron," disse Laurent Begy, chefe da CFDT.
"Temos de recha?ar a FN e continuar a construir a solidariedade na Fran?a," acrescentou.
Enquanto isso, uma segunda manifesta??o para "nem Le Pen, nem Macron" ocorreu em Paris, com GCT, FO e sindicatos de Sud que recusam endossar qualquer um dos dois candidatos.
Em todo o país, 280 mil manifestantes participaram da manifesta??o, informou a CGT, enquanto a polícia contava com 142 mil pessoas.
Em Paris, 80 mil pessoas juntaram-se a sindicatos pedindo a participa??o maci?a, enquanto as autoridades figuram em 30.000. No entanto, a marcha tornou-se violenta depois que um grupo de jovens encapuzados jogou coquetel molotov na polícia, que responderam usando gás lacrimogêneo.
Em uma declara??o, a prefeitura de Paris disse que seis policiais foram feridos e dois tiveram queimaduras graves.
Cinco indivíduos foram presos e dois deles foram levados sob custódia policial por acusa??es de estarem portando armas e violência contra for?as de ordem, acrescentou.
O ministro do Interior Matthias Fekl condenou firmemente a "violência intolerável contra os policiais," comprometendo-se a fazer tudo para identificar e prender aqueles que atiravam projéteis e bombas incendiárias na polícia antidistúrbios.
Num contexto de alto risco terrorista, 9.000 policiais, gendarmes e soldados foram mobilizados na segunda-feira, com 2.000 deles mobilizados para protestar na capital francesa, de acordo com a prefeitura de Paris.
PIONEIROS NA OFENSIVA
Macron e Le Pen, os dois líderes que entram na reta final da corrida para o Palácio do Eliseu, ambos usaram o primeiro dia de maio para atacar uns aos outros durante as reuni?es realizadas na capital francesa.
Desfrutando de um apoio público sem precedentes, a desafiante líder de extrema direita Le Pen disse a um encontro em Villepinte, um subúrbio do norte de Paris: "No dia 7 de maio, pe?o a todos que fiquem firmes contra as finan?as, a arrogancia e a chuva de dinheiro."
"Hoje, o inimigo do povo francês é sempre o mundo das finan?as, mas desta vez tem um nome, tem um rosto, tem um partido e apresenta a sua candidatura e todo o sonho de vê-lo eleito. O nome é Emmanuel Macron." Disse ela.
Em seu discurso, Le Pen atacou seu rival como o rosto do governo que" é só (presidente cessante) Fran?ois Hollande quem quer ficar e que está pendurado no poder como um craca."
Desfazendo, Macron descreveu a Frente Nacional, como "o anti-Fran?a, o que este partido defende, anuncia, prop?e, é o inevitável colapso do que a Fran?a fez à Fran?a, a nega??o de nossos valores."
Em vez disso, ele prometeu: "Em face dos insultos e da obscenidade da Frente Nacional, vamos refundar o país."
"Eu vou lutar até o último segundo, n?o só contra o seu programa, mas também a sua ideia do que constitui a democracia e a República Francesa," disse ele a milhares de apoiantes.
Uma pesquisa de opini?o diária na segunda-feira mostrou que Macron vence Le Pen no domingo, com 61% dos votos contra 39%.
Os dois líderes se enfrentar?o em um debate televisivo no dia 3 de maio.