Beijing, 15 mai (Xinhua) -- O mais novo meio de enviar mercadorias da China à Europa é por trem, que custa a metade que por avi?o e demora duas semanas a menos que em navio.
Os trens de cargas China-Europa, que passam por 28 cidades de 11 países europeus, vêm ganhando popularidade conforme a Europa procura medidas mais convenientes e econ?micas de penetrar no maior mercado de consumo do mundo.
As rotas ferroviárias s?o uma parte fundamental da Iniciativa do Cintur?o e Rota, apresentada pela China em 2013, que busca construir uma rede de comércio e infraestruturas que conecte a ásia com a Europa e a áfrica ao longo das antigas rotas comerciais.
Os servi?os de mercadorias por trem entre a China e a Europa s?o uma op??o logística cada vez mais popular para o comércio chinês com a Europa, cujo volume aumenta substancialmente nos últimos anos.
Levava 16 dias para que 26 toneladas de carne de porco congelada viajassem de trem da Holanda a Chengdu, capital da Província de Sichuan, sudoeste da China.
"Os trens demoram 40 dias a menos que os navios, e s?o 10 mil yuans (US$ 1.450) por tonelada mais baratos que os avi?es", assinalou o gerente-geral de um importador, Shu Changguo.
No ano passado, um total de 460 trens percorreram o trajeto entre Chengdu, Tilburgo (Holanda) e Nuremburgo (Alemanha). Durante os primeiros quatro meses do ano, 91 trens trouxeram para Chengdu produtos europeus no valor de US$ 150 milh?es.
"A Holanda é o centro logístico mais importante da Europa, enquanto Chengdu, no oeste da China, tem um grande potencial, o que representa importantes oportunidades para os países europeus", explicou Koen Sizoo, chefe do consulado holandês na vizinha municipalidade de Chongqing.
Carregando 32 contêineres cheios de produtos maternais e refrescos, o primeiro trem de mercadorias entre o Reino Unido e a China chegou a seu destino na cidade de Yiwu, leste da China, até o final de abril.
Os servi?os de transporte sino-britanico representam uma rota comercial terrestre segura e eficaz que fortalece os la?os comerciais bilaterais e facilita a Iniciativa do Cintur?o e Rota, segundo a Corpora??o de Ferrovias da China, operador dos trens.
As empresas multinacionais também querem "subir ao trem" das novas rotas ferroviárias.
Peter Tyroller, membro do conselho de administra??o do Bosch Group da Alemanha, sublinhou que o servi?o direto de carga que conecta a China e a Europa permite que sua empresa entregue os produtos de forma mais rápida e mais barata aos mercados do Extremo Oriente.
Gra?as a suas boas comunica??es entre suas filiais na China e as de outros países ao longo do Cintur?o e Rota como Mianmar, Bosch pode reagir rapidamente e oferecer seus servi?os para novos projetos como aeroportos, portos e autoestradas.
O vice-ministro do Comércio chinês Qian Keming afirmou que, gra?as ao notável crescimento econ?mico, a melhora das infraestruturas de conex?o e o alinhamento entre os diferentes planos de desenvolvimento, o comércio crescerá rapidamente entre os países do Cintru?o e Rota.
O comércio da China com países ao longo do Cintur?o e Rota subiu 0,5% anualmente para situar-se em 6,25 trilh?es de yuans (US$ 906,3 bilh?es) no ano passado, em compara??o com a queda de 0,9% do comércio exterior geral do país asiático, segundo os dados oficiais.
Além do comércio, os países envolvidos na Iniciativa do Cintur?o e Rota contam com um acesso mais fácil à tecnologia avan?ada desenvolvida por empresas chinesas.
Zhongguancun, conhecido como o Silicon Valley da China, criou a Associa??o de Promo??o Industrial do Cintur?o e Rota, que serve como a plataforma para promover a coopera??o internacional.
O distrito de Haidian de Beijing, onde se localiza Zhongguancun, organizou diversos eventos sobre projeto e inova??o, transferência internacional de tecnologia, conserva??o de energia e indústria biofarmacéutica, e ajudou a empresas na busca de parceiros estrangeiros para projetos relacionados com o Cintur?o e Rota.
O chefe do governo do distrito de Haidian, Yu Jun, disse que estes esfor?os têm como objetivo beneficiar mais países participantes na Iniciativa do Cintur?o e Rota e gerar novas oportunidades para que as empresas obtenham acesso ao mercado e cres?am.
Andrew Robb, ex-ministro federal australiano para o comércio e o investimento, assinalou que a Austrália necessita o conhecimento da China.
"A China está em um estágio, n?o apenas com capital, capital informado, mas também a sua experiência", assinalou Robb.
O professor da Universidade Tsinghua Cai Jiming disse que as contínuas inova??es com base nas condi??es nacionais podem servir de referência n?o apenas para os países em desenvolvimento, mas também para os desenvolvidos.