Rio de Janeiro, 3 mar (Xinhua) -- O governo brasileiro estuda recorrer à Organiza??o Mundial do Comércio (OMC) contra a decis?o dos Estados Unidos de sobretaxar as importa??es de a?o e alumínio, algo que pode causar um grande prejuízo à indústria brasileira, informaram no sábado fontes oficiais.

Em declara??es à imprensa, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Jorge de Lima, assegurou no sábado que o Brasil buscará primeiramente uma negocia??o com os EUA para que a administra??o de Donald Trump desista de suas pretens?es e que, em caso de n?o chegar a bom termo, levará o caso à OMC.

"O secretário norte-americano indicou que há possibilidade de recursos por parte de países como o nosso", disse Lima, que esta semana esteve em Washington para discutir o assunto com as autoridades dos EUA e pediu que o a?o brasileiro fique fora da sobretaxa.

O ministro brasileiro afirmou que a indústria brasileira e a norte-americana s?o complementares porque cerca de 80% do a?o exportado do Brasil para os EUA correspondem a produtos semiacabados que também s?o utilizados nas siderúrgicas dos EUA.

Lima alertou sobre as consequências que a decis?o do governo de Donald Trump pode causar a economia brasileira e disse que pode afetar cerca de 100 mil trabalhadores brasileiros, embora tenha afirmado que "para termos una avalia??o mais profunda dos impactos teremos que esperar a publica??o oficial da medida".

O ministro n?o quis falar em represálias mas lembrou que Brasil é o maior importador de carv?o dos EUA e destacou: "carv?o que é processado precisamente para retornar na forma de semiacabado para os EUA".

Segundo dados oficiais, o Brasil exportou US$ 2,63 bilh?es em a?o para os EUA em 2017, o que significou 33% das vendas do produto para o exterior. Além disso, o país embarcou no ano passado US$ 120,7 milh?es em alumínio aos EUA, 15% do total exportado.

"Isto, certamente, impactará nos empregos e na nossa siderúrgica", lamentou Lima, para quem Trump "está prejudicando todo o mundo com esta medida protecionista", que prevê aumentar as tarifas de importa??o de a?o em 25% e de alumínio em 10%. O Brasil é o segundo maior exportador de a?o para os EUA.