Por Mauro Marques

Diário de uma viagem no tempo: Xi’an, a capital ancestral da China (I)

O segundo dia desta pequena aventura arrancou cedo. Após um pequeno-almo?o refor?ado, à semelhan?a do dia anterior, rumei àquele que, n?o muito longe do hotel, seria o primeiro ponto de visita do dia: o Museu de História de Shaanxi. Seria, pois claro, porque n?o chegou a ser.

Mal saímos do autocarro, deparámo-nos de imediato com um mau prenúncio. Uma enorme massa humana amontava-se perante a fachada do edifício. Uns praguejavam indignados, outros, como eu, sentiam-se resignados. “Caros visitantes, os bilhetes para o turno da manh? est?o esgotados”, ouvia-se nos altifalantes das instala??es e nos incessantes avisos de funcionários do museu que tentavam dissuadir os mais persistentes.

Claramente, n?o foi boa ideia escolher um período de férias para visitar um museu que aloja algumas das relíquias da China antiga. Mas nada de desanimar, Xi’an tem bem mais para oferecer!

Próxima paragem, muralha da cidade. A muralha da Xi’an antiga, cuja constru??o tivera início na dinastia Tang (618-907) e assistira à sua conclus?o na dinastia Ming (1368-1644), permanece altiva (12m) e ereta com os tra?os clássicos na sua arquitetura e uma amplitude (12m-14m) no topo que permitiria a circula??o de automóveis com duas vias. A constru??o envolve o cora??o de Xi’an, com uma extens?o total de 13.7km, envolta por um fosso, oferecendo uma vista panoramica belíssima, repleta de contornos que fundem elementos clássicos (mais predominantes) com a outra faceta da cidade, representada por edifícios de escritórios e uma mescla de logótipos coloridos que corporizam o lado mais moderno e internacional.

Este passeio torna-se, expectavelmente, ainda mais agradável, se o visitante for agraciado por um dia solarengo e por uma temperatura amena (sim, tive essa sorte). Para tornar o percurso mais cómodo, podem também alugar-se bicicletas — individuais ou de grupo, sendo as últimas algo insólitas —, ou seguir a bordo de pequenos veículos motorizados.