A China deve apostar no ensino de várias línguas estrangeiras, n?o somente o inglês, à medida que a iniciativa do Cintur?o e Rota progride, segundo vários especialistas.
Existem pelo menos 53 línguas oficiais faladas nos 65 países e regi?es envolvidos na iniciativa “Um Cintur?o, Uma Rota”. Todavia, apenas 20 delas s?o ensinadas no ensino superior na China, refere Wang Junfeng, presidente da Associa??o de Advogados da China.
“A escassez de quadros capazes de falar uma língua estrangeira além do inglês n?o beneficia a China na veicula??o de informa??o e cultura com outros países e regi?es do Cintur?o e Rota, o que pode levar a que eventualmente sejam afetados os la?os interpessoais”, disse.
Chen Jingying, vice-presidente da Universidade de Ciência Política e Direito do Este da China, disse que a aptid?o linguística é importante para o progresso do Cintur?o e Rota e para o país continuar a sua abertura. Ela sugere aumentar a oferta de programas linguísticos extra-inglês.
Wang refere que, além do inglês, vários outros idiomas estrangeiros s?o também importantes. “Por exemplo, Portugal n?o é um país grande em termos de área geográfica, mas mais de 200 milh?es de pessoas no mundo falam o português”.
Um relatório publicado pelo Centro de Informa??o Estatal, afiliado à Comiss?o Nacional de Desenvolvimento e Reforma em 2017 disse que cerca de 95% das 423 agências que garantem servi?os de tradu??o no país se focam na tradu??o chinês-inglês. Apenas 2,6% deles garantem servi?os de tradu??o do chinês para línguas estrangeiras para lá das 3 línguas mais requisitadas: inglês, japonês e francês.
Os especialistas indicam que as autoridades responsáveis pela educa??o devem aumentar o investimento do país na educa??o de línguas estrangeiras nas universidades e na contrata??o de mais professores.
“As escolas podem encorajar mais jovens a apostar no domínio de línguas estrangeiras através da redu??o de encargos financeiros, aumento do número de bolsas de estudo e auxílio à empregabilidade”, afirma Wang.
é também importante encorajar mais estudantes estrangeiros a vir até à China para aprender chinês, afian?a Wang, acrescentando que uma política de emiss?o de vistos menos restritiva seria necessária para aqueles que desejam ficar na China após se graduarem.
Algumas das escolas melhor reputadas do país dizem ter acrescentado novas línguas à sua oferta educativa nos últimos anos para responder ao desenvolvimento estratégico do país.
Em 2016, por exemplo, a Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai come?ou a encorajar seus estudantes a estudarem pelo menos duas línguas estrangeiras, bem como fundamentos de comunica??o intercultural. A institui??o oferece agora licenciaturas em húngaro, polaco, cazaque, uzbeque, e checo.
Os estudantes podem também aprender swahili, uma língua popular na áfrica oriental, e pashto, um idioma falado no Afeganist?o e no Paquist?o.