Na primeira viagem à China, o senador federal do Brasil, Flávio Bolsonaro, parabenizou o povo chinês pela marca importante dos 70 anos da funda??o da República Popular da China, descrevendo o país como surpreendente e bem organizado.

Junto com a comitiva do Senado Federal, Flávio Bolsonaro disp?e de uma agenda cheia de visitas a empresas chinesas de tecnologia, incluindo a Huawei, a Alibaba e a petrolífera CNPC. Falando do investimento chinês no Brasil, que se expandiu muito neste ano, o senador deu boas-vindas a esse fluxo de capital para que alavanque o desenvolvimento de seu país na área de infraestrutura e gera??o de empregos.

Segue a íntegra da entrevista.

CRIpor: Antes de vir, o Sr. Senador havia escrito nas redes sociais muitas expectativas desta primeira viagem à China. Primeiramente, poderia contar uma impress?o geral até o momento?

Senador Flávio: Estou muito honrado com o contive de estar aqui na China. é um país surpreendente e muito bem organizado aqui em Beijing. O povo tem uma característica parecida com povo brasileiro, como a receptividade e a aten??o dada aos visitantes. Portanto, a gente está muito confortável aqui na China.

CRIpor: Já teve encontro com a petrolífera chinesa? Em que o Brasil e a China podem cooperar na área de explora??o de petróleo e gás.

Senador Flávio: Vamos ter esse encontro hoje. Na verdade é uma manifesta de inten??o de conhecer a petrolífera CNPC (China National Petroleum Corporation). Porque estamos na iminência de um acordo que vai favorecer muito o Rio de Janeiro e o Brasil, sendo uma refinaria, na verdade, um complexo petroquímico que fica em Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro, que eu represento como senador, com a possibilidade de constru??o de uma usina termelétrica. Já de frente dali possui po?os de petróleo, inclusive recentes que v?o ao leil?o no final do ano, o chamado pré-sal. E também no campo de Marlim, um outro leil?o importante que vai acontecer. E a petrolífera CNPC é muito bem-vinda nessa disputa de leil?o, assim como todas outras que têm o interesse em explorar essa regi?o riquíssima que fica na área do Rio de Janeiro. A expectativa é só levar essa mensagem à CNPC que é muito importante a participa??o deles nesses leil?es e também na conclus?o dessa obra no complexo petroquímico do Rio de Janeiro para possamos ter uma grande usina termelétrica e também uma grande unidade de processamento de gás natural.

CRIpor: Este ano o investimento chinês expandiu bastante. Neste contexto, como o senhor considera os investimentos da China?

Senador Flávio: S?o muito importantes n?o só para nossa balan?a comercial, mas também, como falei, em para o desenvolvimento do nosso país nessa área de infraestrutura e gera??o de empregos. Ent?o fico feliz que exista essa confian?a da China em rela??o ao Brasil. Nós brasileiros, também ao longo do tempo, temos dado a nossa manifesta??o de confian?a, com fornecimento de muitas commodities, a parte de alimenta??o que a China compra muito do Brasil. Eles têm a seguran?a n?o só de nossa qualidade, como também a habitualidade. N?o rompemos o fornecimento de alimentos em fun??o de qualquer motivo. Ent?o essa rela??o está consolidando cada vez mais. é um grande parceiro comercial que nós temos, apesar da distancia. Outras pautas a gente pretende avan?ar com rela??o à China por ocasi?o da visita do presidente Jair Bolsonaro no próximo outubro.

CRIpor: A delega??o visitou a Huawei e visitará também o Alibaba. Como o senhor observa as empresa de tecnologia e internet da China? E seu ponto de vista sobre rede 5G?

Senador Flávio: Acho que é fundamental e importante. é o futuro. A gente n?o pode impedir o futuro. Pelo contrário, tem que estimular. O Brasil fica acompanhando um pouco de distancia. Eu sinceramente espero que esse problema entre China e Estados Unidos se resolva o quanto antes. Quanto mais concorrência, no meu ponto de vista, é melhor para os consumidores. Ent?o, nós brasileiros, como consumidores, ainda n?o temos a capacidade de desenvolver uma tecnologia própria sobre isso. Quem sabe, algum dia com compartilhamento de conhecimentos e dessa tecnologia e de tantas outras, nós vamos ter essa capacidade algum dia. Temos recursos humanos para isso, mas falta a nossa capacidade de investimento maior e de uma forma permanente para que nós tenhamos os resultados diretos desse investimento em inova??o e pesquisa. Como brasileiro, acho importante. A tecnologia vem para facilitar a vida das pessoas. Quanto mais concorrência tiver, obviamente é melhor para os consumidores.

CRIpor: E outro programa da visita em Beijing mais impressiona?

Senador Flávio: Na verdade eu tive um convite do embaixador brasileiro na China. Ele pode me passar uma série de quest?es importantes em rela??o à China. Surgiu dessa reuni?o algo que nós já sugerimos ao governo que estude uma profundidade e a facilita??o do visto para turistas chineses irem ao Brasil para viagem ou também realiza??o de negócios. A ideia foi muito bem recebida pelo nosso ministro das Rela??es Exteriores. Ele já se comprometeu a ver a melhor forma de facilitar o acesso ao visto. Acho que é um passo importante para aumentar essa quantidade de turistas chineses no Brasil, e com isso facilita a integra??o. A aproxima??o dos povos acaba quebrando inclusive os preconceitos. A tendência é que nós possamos receber t?o bem os chineses como nós brasileiros estamos sendo recebidos na China.

CRIpor: Pela ocasi?o de comemorar os 45 anos do estabelecimento das rela??es diplomáticas, como o senhor resumiria os resultados destas boas rela??es? E expectativas?

Senador Flávio: Acho muito positivo. S?o quase meio século de rela??es diplomáticas. Nós temos ainda toda possibilidade de termos vários séculos de boa rela??o diplomática. Nós, como um povo soberano, independente e aut?nomo, temos nossas quest?es internas. A China tem suas quest?es internas. Acho que cabe a cada país respeitar a suas quest?es, que s?o resolvidas dentro da própria casa, e potencializar as rela??es diplomáticas e comerciais com aquilo que for convergente e for bom para as duas na??es. Mas podemos avan?ar muito. O Brasil tem toda a inten??o de ampliar essa rela??o.

CRIpor: A intensifica??o de contato entre os partidos e os governos estaduais e municipais ajuda a aprofundar rela??es. No caso do Partido Social Liberal, o que podemos fazer para impulsionar os intercambios no sentido de governan?a?

Senador Flávio: Vale essa aproxima??o. A gente está falando de partidos que representam os governos de dois países soberanos. Ent?o mais uma vez, a gente n?o tem que ficar entrando nas quest?es internas, e sim tratando daquilo que haja convergência e que se interesse os dois povos. Eu me coloco pessoalmente a disposi??o para promover essa integra??o. A gente n?o está falando de um alinhamento político e ideológico ou geoestratégico, está falando de aproxima??o de rela??es comerciais, de trazer para próximo as culturas diferentes dos dois países. Acho ser muito saudável. O Brasil recebe e abra?a bem todos os povos do mundo. E a gente com chinês pode avan?ar de forma muito mais rápida, facilitando o acesso do povo chinês até o Brasil e vice-versa. Tenho certa de que há muitos brasileiros gostariam de conhecer a China. A gente desfazendo essas quest?es burocráticas e diplomáticas consegue potencializar essa rela??o.

CRIpor: A China está celebrando o 70o aniversário de sua funda??o. Como o senhor comentaria o desenvolvimento da China ao longo destes 70 anos?

Senador Flávio: Todo paíse deve buscar permanentemente o seu aprimoramento e reavaliar as políticas para ver se est?o no caminho certo. é a primeira vez que venho à China, ent?o n?o tenho uma referência como era a China há dez ou vinte anos atrás. Outros colegas senadores que já estiveram puderam relatar que, na ultima década, a China realmente teve um salto importante nas suas políticas e nas suas rela??es externas com outros países. Eu parabenizo ao povo chinês por essa marca importante, em tanto tempo com nossa nova era, e que possa aprimorar cada vez e o povo chinês possa ter cada vez mais aten??o do seu governo. O que nós também buscamos no Brasil: o Estado deve funcionar para que os indivíduos tenham uma vida melhor e possam caminhar com próprias pernas sem depender do Estado. Esse é o objetivo que buscamos.

CRIpor: Estamos muito contentes em saber que o estimado presidente Jair Bolsonaro deve visitar a China em outubro. Do ponto de vista do senhor, qual será o foco da visita do senhor presidente?

Senador Flávio: A própria presen?a dessa comitiva dos senadores e de uma deputada já refor?a a importancia que nós damos à rela??o entre os dois países. O presidente Bolsonaro vai ter oportunidade de falar pessoalmente com o presidente da China. Nós temos todo interesse de ampliar essas rela??es. Acredito que a reuni?o vá gerar muito em torno da quest?o de agronegócio, da tecnologia, da energia. Como falei, o Brasil está no momento em que vai leiloar muitos postos de petróleo e ent?o vai despertar o interesse de todo o mundo na nossa regi?o. Mais o item que pode estar na nossa pauta é o turismo, que é um grande potencial para avan?ar nessa integra??o entre os dois povos. O primeiro passo pode ser dado inclusive nesse encontro é houver possibilidade de anunciar uma flexibiliza??o dos vistos para os turistas e quem fazer negócios no Brasil, o os brasileiros que tiverem interesse de vir para a China.

CRIpor: No que diz respeito ao ambito internacional. O Brasil e a China s?o membros do G20 e Brics, com cúpula a ser realizada no Brasil neste ano. Qual tema mais interessa o Brasil?

Senador Flávio: O que há interesse convergente é a quest?o do agronegócio e das nossas commodities e nossos minérios. Isso passa também pro um investimento grande que o Brasil precisa em infraestruturas, na parte de ferroviária e rodoviária, nos portos e aeroportos. Como o Brasil passa por um momento de crise financeira, os Brics podem compensar essa carência com investimentos. Obviamente, isso vai interessar aos outros países do Brics, em especial a China, que precisa dessa produ??o, de comprar nossos gêneros alimentícios, tudo que envolve nosso agronegócio. Porque o Brasil é uma referência mundial. Temos o que interessa o mundo e o mundo tem a capacidade de investimento. Acho que é uma complementaridade das economias, especialmente entre Brasil e China. Ent?o, n?o vejo raz?o para que nós n?o possamos avan?ar cada vez mais nessas oportunidades. Ent?o, n?o só a visita do presidente Bolsonaro à China em outubro, como essa cúpula do Brics que vai acontecer no nosso país em novembro, isso pode ser aprimorado. Ainda há um terceiro encontro a ser marcado, que o governo brasileiro já oficializou e formalizou o convite ao presidente chinês, Xi Jinping. S?o diversas manifesta??es de interesse mútuo e recíproco entre Brasil e China que estarem mais próximos especialmente nas quest?es comerciais.

CRIpor: Além de senador federal, também é filho do presidente. O senhor sente alguma press?o com essa dupla identidade? Como consegue alcan?ar o equilibro na atua??o do cargo?

Senador Flávio: é claro que é uma responsabilidade maior. Qualquer ato meu pode e será interpretado como sendo um ato também do presidente da República. Por isso, é importante eu estar junto com a comitiva brasileira para refor?ar que n?o há nada de que o governo Bolsonaro tem contra a China. Pelo contrário, é o nosso maior parceiro comercial. E a gente vem aqui exatamente com a sugest?o de integra??o maior entre os povos. Eu sou um dos três senadores que representam o Estado do Rio de Janeiro. Todos os chineses s?o bem-vindos ao Rio de Janeiro. E o fato de ser filho do presidente traz essa responsabilidade que, eu pe?o a Deus todos os dias, a sabedoria para corresponder às expectativas e fazer de forma melhor pro nosso país.