Rio de Janeiro, 21 nov (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, apresentou nesta quinta-feira seu novo partido político, o Alian?a pelo Brasil, uma sigla conservadora que terá entre seus pilares a defesa da vida, da família e da infancia e o respeito a Deus e à religi?o.
Em uma conven??o realizada em um hotel de Brasília para lan?ar, Bolsonaro informou que a agremia??o terá nas urnas o número 38, igual ao calibre de um dos revólveres mais comuns do país.
"Acredito que é um bom número, n?o? Havia poucas op??es disponíveis e o 38 é um número fácil de memorizar", disse Bolsonaro, que destacou que outra das reivindica??es da nova sigla será "o direito à legítima defesa, inclusive com o acesso a armas".
O destaque dado ao porte de armas já fez o novo partido ganhar uma obra feita com cartuchos de bala com seu nome e símbolo, mostrada no evento.
O Alian?a pelo Brasil será o nono partido de Bolsonaro em seus 30 anos de carreira política. O atual presidente do país anunciou semana passada sua saída do Partido Social Liberal (PSL), com o qual ganhou as elei??es presidenciais de 2018, após divergências com o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar.
Em discurso durante o ato, Bolsonaro disse que o partido n?o é "um negócio", e que por isso saiu do PSL.
"Agora, falo para vocês uma coisa da minha vida: fiquei 28 anos dentro do parlamento. Dois anos como vereador no Rio de Janeiro, 30 anos de vida pública, nunca tive um diretório municipal. N?o pode, como está na cabe?a de alguns, querer ter comando do partido no estado para negociar legenda. Isso n?o vai acontecer. Em parte, o problema que tivemos no partido que deixei há poucas horas foi essa quest?o: negociar legenda, vender tempo de televis?o e fazer do partido um negócio", afirmou Bolsonaro.
A nova legenda ainda depende da coleta de assinaturas e de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro e seus aliados necessitam agora conseguir 491.967 assinaturas, equivalentes a 0,5% dos votos válidos nas últimas elei??es no Congresso, para oficializar o novo partido.
Segundo a legisla??o eleitoral, para poder ser oficializado e disputar as elei??es municipais de 2020, o Alian?a pelo Brasil tem que coletar assinaturas manuais, em vez de eletr?nicas, como pretendia Bolsonaro, até abril (seis meses antes das elei??es) o que significa que poderá n?o haver tempo para participar da disputa ano que vem, como o próprio presidente admitiu.
Durante a conven??o, Bolsonaro afirmou que nenhum ministro de seu governo fará parte do novo partido.
"Nenhum ministro entrará no partido. N?o teremos a participa??o do governo na cria??o do partido. Isto é o mais importante para evitar uma interpreta??o equivocada de que estou usando a máquina pública para formar o partido. Zero possibilidade", comentou.
A comiss?o provisória do Alian?a pelo Brasil terá Bolsonaro como presidente e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, como primeiro vice-presidente.