Rio de Janeiro, 19 mai (Xinhua) -- O governo brasileiro admitiu pela primeira vez que o Produto Interno Bruto (PIB) pode sofrer uma contra??o superior a 5% este ano como consequência do impacto da doen?a do novo coronavírus (COVID-19), o que significaria o pior resultado em quase 60 anos.
O anúncio foi do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, durante um evento online da Camara de Comércio Fran?a-Brasil nesta ter?a-feira, no qual assegurou que a previs?o do governo, de uma queda de 4,7%, pode ser maior e superar os 5%.
Caso as previs?es se confirmem, seria o pior resultado da economia brasileira desde que come?ou a medi??o em 1961. Até hoje, o pior ano para o Brasil tinha sido 1981 quando o PIB caiu 4,39%.
Almeida também disse que devido às medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise, o déficit primário este ano pode "tranquilamente" superar os 700 bilh?es de reais (US$ 122 bilh?es), equivalente a mais de 9% do PIB. Para 2021, o governo trabalha com um déficit superior aos 200 bilh?es de reais (US$ 35 bilh?es).
Por sua vez, o déficit nominal, que inclui os juros da dívida pública, pode saltar este ano até 13% do PIB, mais do dobro do que em 2019, embora Almeida tenha assegurado que o importante é a trajetória desta dívida.
O secretário do Tesouro Nacional defendeu a necessidade de aprovar reformas econ?micas para conseguir uma maior recupera??o econ?mica após a pandemia e citou a tributária.
"No Brasil, o sistema tributário é altamente acumulativo. Temos tantas ineficiências no sistema tributário que temos que avan?ar para reduzi-las antes de passar a algo mais radical", como seria um imposto sobre as transa??es virtuais.
Questionado se o governo pode fazer em algum momento capta??o no exterior, em dólar ou em euro, Mansueto disse que o mercado externo para um país como o Brasil está aberto. Mas n?o deu mais detalhes.