O Brasil testará a partir do mês que vem a eficiência da vacina usada contra a tuberculose contra a doen?a do novo coronavírus (COVID-19), informaram fontes oficiais nesta segunda-feira.

Segundo divulgou a Agência Brasil, a vacina BCG, usada para prevenir a tuberculose, será aplicada a partir de outubro em 3.000 profissionais da saúde dos estados do Rio de Janeiro (sudeste) e Mato Grosso do Sul (centro-oeste) gra?as a um acordo ao qual chegaram a estatal Funda??o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, da Austrália.

Todos os voluntários passar?o por exames para verificar se há ou n?o a presen?a do vírus SARS-CoV-2 no organismo. As pessoas aprovadas para o estudo clínico receber?o a cepa da BCG dinamarquesa.

Acompanharemos essas pessoas durante um período no qual ser?o feitas análises internas de prote??o, ou seja, avalia??es intermediárias recomendadas em estudos de longa dura??o, explicou uma das coordenadoras do estudo, Margareth Dalcomo.

Por sua vez, o responsável pelo estudo em Mato Grosso do Sul, Júlio Croda, afirmou que se trata da fase três dos ensaios clínicos, com testes em humanos.

"Entraremos em contato semanalmente com essas pessoas, que ter?o que informar se n?o apresentam sintomas da COVID-19. é uma pesquisa quantitativa, que está na última etapa, quando se avalia se a vacina BCG é eficaz ou n?o no tratamento da Covid-19", comentou Croda.

Segundo ele, vários estudos australianos apontaram à eficácia da BCG contra outras infec??es respiratórias virais, embora ainda n?o haja comprova??o se ela serve ou n?o para prevenir contra a COVID-19.

"é importante ressaltar que ainda n?o temos a comprova??o de que a BCG é eficaz contra a COVID-19, nem por quanto tempo mantem o organismo imune contra outras doen?as respiratórias. Por isso, as pessoas n?o devem tomar a vacina acreditando que pode evitar a Covid-19", advertiu.

A BCG está disponível na saúde pública brasileira e é obrigatória em recém-nascidos desde 1976. Segundo a Fiocruz, a vacina protege às crian?as de até cinco anos de idade das formas mais graves da tuberculose.

Também fazem parte do estudo, através da Universidade australiana de Melbourne e do apoio da Organiza??o Mundial da Saúde (OMS), a Austrália, Espanha e Reino Unido.