Módulo de pouso da sonda Chang'e-4, em 11 de janeiro de 2019. (Foto: Rover Yutu 2 - Coelho de Jade 2/Administra??o Espacial Nacional da China)
Cientistas chineses planejam usar a miss?o lunar Chang'e-8 para explorar a viabilidade do uso da tecnologia de impress?o 3D para construir edifícios na Lua, informou o planejador-chefe dos programas lunares do país asiático.
Wu Weiren, um acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia e um importante cientista da Administra??o Espacial Nacional da China, afirmou que a sonda robótica Chang'e-8 - a terceira a ser colocada na Lua no próximo esfor?o de explora??o lunar do país - está definida para pousar no Pólo Sul da Lua para conduzir investiga??es no local do ambiente e composi??o mineral no local de pouso e verificar se algumas tecnologias avan?adas, impress?o 3D por exemplo, podem ser operadas na superfície lunar utilizando materiais lunares no futuro.
"Se quisermos ficar na Lua por muito tempo, precisamos montar esta??es usando os materiais da própria Lua", disse ele em entrevista recente, antes do Dia Espacial da China, que cai nesta segunda-feira (24).
"O solo lunar será nossa matéria-prima e será impresso em unidades de constru??o. Professores de várias universidades nacionais, como a Universidade Tongji em Shanghai e a Universidade Jiaotong de Xi'an, na província de Shaanxi, já come?aram a estudar as possíveis aplica??es da tecnologia de impress?o 3D na Lua", disse ele.
A China tem um grande roteiro para programas de explora??o e desenvolvimento em nosso vizinho celestial mais próximo nos próximos anos, disse o planejador-chefe.
O próximo passo na aventura lunar da China - a miss?o robótica Chang'e-6 - deve pousar no lado oculto da Lua, de onde coletará amostras de solo e rocha. Chang'e-5 já recuperou amostras do lado próximo da Lua. "Se o Chang'e-6 for bem-sucedido, será a primeira vez que obteremos amostras do outro lado da Lua", observou Wu.
A sonda Chang'e-6 consiste em quatro componentes – um orbitador, um aterrissadores, um ascendente e um módulo de reentrada – e está programado para ser lan?ado por volta de 2025.
A gravidade da Terra cria fric??o de maré que retarda a rota??o da Lua. Com o tempo, a mesma face da Lua tornou-se travada pela maré, sempre apontada para o planeta. Este é o lado próximo.
O outro lado, ou o lado oculto, foi extensivamente fotografado por várias espa?onaves, come?ando com uma sonda soviética em 1959, mas nenhuma sonda pousou em sua superfície até janeiro de 2019, quando a miss?o Chang'e-4 da China pousou suavemente na cratera Von Karman.
O módulo de aterrissagem e o rover de Chang'e-4 est?o trabalhando na Lua há mais de quatro anos e continuam a permitir que os cientistas observem de perto e conduzam pesquisas no lado oculto.
Depois de Chang'e-6, a sonda robótica Chang'e-7 será enviada para pousar no Pólo Sul da Lua para realizar "investiga??es de alta precis?o", acrescentou Wu.
"A miss?o Chang'e-7 destina-se a procurar vestígios de água no Pólo Sul, investigar seu ambiente, clima e relevo. A sonda levará uma 'nave de sobrevoo' encarregada de voar para po?os na superfície lunar para procurar gelo", explicou o cientista.
"Chang'e-7 também terá a tarefa de detectar os recursos naturais abaixo da superfície lunar do Pólo Sul. Os planejadores da miss?o est?o tentando avaliar se podemos usar a sonda para cavar a superfície e estudar as estruturas subterraneas e sua composi??o", disse ele.
A longo prazo, os cientistas usar?o componentes das três próximas miss?es – orbitadores, aterrissadores, rovers e sensores – para formar o protótipo de um posto avan?ado científico robótico, que atuará como uma plataforma para colabora??o internacional na explora??o lunar, acrescentou ele.