O desenvolvimento da rela??o sino-brasileira "continuará a ser pautado pelo respeito aos valores mútuos, pela amizade entre os povos, pelas trocas culturais e pela no??o de um futuro compartilhado", disse o vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin, antes de liderar uma delega??o a Beijing para participar da sétima reuni?o da Comiss?o Sino-Brasileira de Alto Nível de Concerta??o e Coopera??o (COSBAN).
Em resposta a uma entrevista escrita à Xinhua, Alckmin disse que a cria??o da COSBAN em 2004 foi um marco importante na consolida??o das rela??es entre Brasil e China. Ao longo dos últimos 20 anos, a COSBAN tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento dos la?os bilaterais, promovendo o diálogo e a coopera??o em diversas áreas. "A realiza??o da sétima reuni?o da COSBAN em junho de 2024 é um reflexo do compromisso de ambas as na??es em aprofundar ainda mais sua parceria estratégica", acrescentou.
Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Servi?os, destacou que nesses 20 anos, a corrente de comércio entre os dois países saltou de US$ 6 bilh?es, em 2003, para US$ 157 bilh?es, em 2023. "O crescimento econ?mico chinês e a demanda por commodities agrícolas, minerais e energéticos no país fez com que o Brasil passasse a ter na China seu principal destino para exporta??es", disse.
Segundo Alckmin, a China é o quinto maior investidor no Brasil, com forte presen?a nos setores de energia, tecnologia da informa??o, agronegócio e indústria. Há um enorme potencial para o aumento desse fluxo de investimentos, especialmente em sustentabilidade e novas tecnologias.
Sobre a sinergia das estratégias de desenvolvimento dos dois países, Alckmin indicou que Brasil e China têm em investimento, comércio, tecnologia e inova??o "um potencial ilimitado de coopera??o" e "os dois lados devem continuar a buscar sinergias entre as principais iniciativas de cada país".
Alckmin tem uma experiência pessoal única em intercambio e coopera??o culturais entre Brasil e China. "Eu fiz uma especializa??o em medicina tradicional chinesa, estudei por dois anos. Sou um grande entusiasta dessa técnica milenar. Especialmente para o controle da dor e do estresse, para mim, esse é um benefício especial do intercambio cultural entre nossos países", disse ele.
"Precisamos aprofundar o intercambio cultural e a valoriza??o dos patrim?nios culturais de ambas as na??es. Isso também é essencial para as rela??es bilaterais e o fortalecimento da dimens?o social do desenvolvimento sustentável", destacou Alckmin. A COSBAN conta com uma Subcomiss?o de Cultura e Turismo, que desenvolve importantes a??es voltadas para a intensifica??o dos intercambios artísticos e do fluxo de visitantes bilaterais.
Ele destacou que Brasil e China, ao compartilhar valores como contribui??o com multilateralismo ao desenvolvimento sustentável, paz e seguran?a, desenvolvem uma estreita coopera??o em fóruns internacionais.
"No ambito comercial, Brasil e China coincidem no firme apoio ao sistema multilateral de comércio, à reforma da Organiza??o Mundial do Comércio e ao pleno funcionamento do mecanismo de solu??o de disputas da Organiza??o." Os dois lados também est?o trabalhando em conjunto no ambito do G20, com destaque para a inser??o de temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, à estrutura??o do BRICS e às discuss?es sobre uma reforma abrangente da ONU, acrescentou.
"Brasil e China conduzem sua coopera??o bilateral buscando o mútuo desenvolvimento econ?mico e o aumento da prosperidade e do bem-estar de suas sociedades, sem deixar ninguém para trás. Ambos est?o empenhados na implementa??o da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, além de terem se comprometido com a neutralidade climática no ambito do Acordo de Paris", disse.
Por ocasi?o do 50o aniversário do estabelecimento das rela??es diplomáticas entre Brasil e China, Alckmin considerou que os dois países entraram em um novo ciclo de coopera??o estratégica, adequado aos desafios da contemporaneidade e com eco na atua??o conjunta em fóruns e organiza??es internacionais.
"Essa rela??o soube se adaptar às mudan?as na economia e no cenário internacional ao longo dos últimos 50 anos, com benefícios e desenvolvimento mútuos, e creio que essa será a t?nica do próximo meio século, sempre com o imprescindível apoio dos espa?os de concerta??o e coopera??o oficiais, como a COSBAN, que geram o arcabou?o institucional para o incremento dos fluxos comerciais, de investimentos e de pessoas," disse.
"Acredito que a evolu??o das rela??es bilaterais continuará a ser pautada pelo respeito aos valores mútuos, pela amizade entre os povos, pelas trocas culturais e pela no??o de um futuro compartilhado", destacou o vice-presidente.