"Mulher brasileira em primeiro lugar" foi a chamada de capa de um jornal popular do Rio de Janeiro nesta quarta-feira. A frase é o conhecido refr?o de uma can??o dos anos 70 do compositor e cantor Benito de Paula e foi publicada quarta-feira para celebrar a conquista da medalha de ouro olímpica de Ana Marcela Cunha, que venceu a maratona aquática de 10 quil?metros em águas abertas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Aos 29 anos, a atleta finalmente alcan?ou a glória olímpica no Jap?o, ao se impor em uma prova na qual a holandesa Sharon van Rouwendaal, campe? na edi??o anterior, ficou com a prata. A brasileira estreou em Beijing 2008 com um quinto lugar e desde ent?o colecionou 12 medalhas em campeonatos mundiais, incluindo cinco de ouro, mas n?o se classificou para Londres 2012 e ficou em décimo na Rio 2016.

Com o triunfo de Ana Marcela, o Brasil conseguiu sua quarta medalha de ouro de um total de 15 já conquistadas em Tóquio. Antes, a ginasta Rebeca Andrade obteve um ouro inédito na prova de salto da ginástica artística e as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze confirmaram o bicampeonato consecutivo da classe 49er FX.

A vitória na maratona aquática possibilitou que as meninas brasileiras batessem o recorde histórico de sete medalhas conseguido em Beijing 2008. Já s?o oito até agora. Além dos três ouros, duas pratas foram conquistadas por Rebeca Andrade no individual geral da ginástica artística e pela skatista Rayssa Leal, de 13 anos, na modalidade street na estreia do skate como esporte olímpico.

As duas de bronze vieram de Laura Pigossi e Luisa Stefani, primeira dupla de tênis brasileira a ganhar uma medalha olímpica, e da judoca Mayra Aguiar (78kg), que se tornou primeira mulher na história do esporte individual no Brasil a ganhar três medalhas olímpicas seguidas (Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020) e a única atleta do jud? nacional a subir três vezes ao pódio entre os 24 já conquistados pelo país.

Além disso, a conta das medalhas inclui a da pugilista, Beatriz Ferreira (até 60 kg), que chegou à final e já tem uma medalha garantida, só n?o sabe ainda a cor.

O recorde feminino ainda pode aumentar com Erica Sena na marcha de 20 quil?metros e com sele??o feminina de voleibol, que avan?ou às semifinais nesta quarta-feira ao derrotar por 3 sets a 1 a sele??o do comitê olímpico russo e enfrentará agora a Coreia do Sul.

Com o resultado, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimar?es, bicampe? olímpica em Beijing 2008 e Londres 2012, voltará a disputar uma medalha após cair nas quartas de final perante a China na Rio 2016.

Por sua vez, o voleibol de praia do Brasil foi uma decep??o em Tóquio, com a elimina??o nas quartas das duas duplas femininas - ágatha e Duda e Ana Patrícia e Rebecca. No masculino, Bruno Schmidt e Evandro caíram nas oitavas de final e Alisson (ouro na Rio 2016 com Bruno Schmidt) e álvaro, nas quartas.

O Brasil tem 13 medalhas no voleibol de praia e é o país com mais pódios na modalidade desde Atlanta 96, quando a modalidade foi incluída nos Jogos Olímpicos.

Além das conquistas das meninas, o Brasil conseguiu a prata com Pedro Barros no skate park e o bronze no atletismo com Alison dos Santos (400m com barreira) e Thiago Braz (salto com vara, prova na qual foi ouro na Rio 2016) e no boxe com Abner Teixeira.

As três medalhas se somaram aos outros bronzes obtidos pelos nadadores Fernando Scheffer (200 metros livres) e Bruno Fratus (50 metros), e pelo judoca Daniel Cargnin (66 kg); à prata do skatista Kelvin Hoefler (street); e ao único ouro dos homens brasileiros até agora, conquistado por ítalo Ferreira, na estreia do surf como esporte olímpico.

Além disso, o Time Brasil já garantiu no mínimo mais uma prata no futebol masculino cuja final disputará com a Espanha no sábado, e outra no boxe masculino com Hebert Concei??o (até 75kg).

A meta do país sul-americano é superar as 19 medalhas conquistadas em casa na Rio 2016.